quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

ESQUERDA - PERSPECTIVAS & REALIDADES


O PCP está bem na vida. Está onde está, sente-se bem e tem uma particularidade: quaisquer que sejam os resultados, ganha sempre as eleições. Pintou uns militantes de verde que lhe chegam como companhia para o caminho.
O Bloco conseguiu o milagre de deitar na mesma cama trotskistas, stalinistas, órfãos de esquerda e outros apreciadores de caviar. Deslumbrado com os resultados, dedicou-se às causas dos casamentos, consumos de ervas diversas, brincadeiras com o trabalhador Amorim das cortiças, enquanto adoptava a pose arrogante dos partidos instalados. Descobriu o caminho alegre e solitário para o cemitério dos Prazeres.
O Livre apareceu com uma ideia vaga para um vago lugar 'no meio da esquerda'. Rejeitado pelo Bloco, optou pelas acusações costumeiras. Até foi buscar o PEC4, como se o PEC4 fosse um programa de esquerda... Não irá longe.
Liderado por um militante das Caldas, uma espécie de raiz quadrada de François Hollande (sem o picante dos lençóis bem recheados e sem o sabor adocicado dos croissants quentinhos), aí temos um partido de centro-direita que, por tolerar, ainda!, no seu seio uns quantos militantes de esquerda, mantém o nome de socialista e vai preferir, como sempre, no todo ou em parte, a extrema-direita na sua política de alianças.
MANIFESTO 3D Pegar neste saco de gatos e tentar uma plataforma mínima para concorrer às eleições europeias foi o trabalho ciclópico a que se propôs o Manifesto 3D. Sem resultado, na linha da velha tradição da esquerda portuguesa. Promete reincidir para as legislativas. Honra lhe seja - a esperança é preferível ao desalento.

E é este o panorama da esquerda. A extrema-direita agradece. A ignomínia vai continuar.