Ai! Fogueiras da minha adolescência.
Ai! Fogueiras onde me aquecia,
A minha mão no ombro da minha mãe adormecia
Que era um infinito palpitante onde encostava a cabeça...
Depois percebi que quase tudo envelhecia
E que só eu ficava mais jovem e... em suas mãos sonhava
Fogueiras de hoje onde me aqueço
E, quanto mais, mais me aqueço mais esfria!
São cinza morna do incêndio de um dia,
São a tristeza do tempo que se aproxima!
(São estas minhas tardes rubras de agónica invernia...)
Daniel Nobre Mendes