PJ descobriu documento que tinha "Joaquim
Raposo" escrito a letra branca. Noutros registos, nome de autarca era
substituído por "Cabeças" e "Tira-Olhos"
À primeira vista, a declaração que os investigadores
encontraram no escritório da construtora Urbidoismil, em que os dois
proprietários prometiam ceder um terço dos lucros de investimentos
urbanísticos, não revelava o nome do beneficiário. Mas só à primeira vista. Os
inspectores da Polícia Judiciária (PJ) descobriram que o documento estava
"encriptado": o nome da pessoa que, não sendo sócia da empresa, iria
alegadamente ter direito a 33,3% dos lucros, estava lá, mas invisível. Os
caracteres do nome do visado tinham sido escritos em letra branca, razão pela
qual eram indecifráveis na folha da mesma cor. Foi preciso alterar a cor de
letra do ficheiro para descobrir que afinal havia um visado naquele documento:
Jorge Moreira Raposo, presidente da Câmara Municipal da Amadora, investigado
durante 11 anos por suspeitas de corrupção e tráfico de influências na
autarquia. O caso, como o iavançou em primeira mão, acabou arquivado
em Dezembro do ano passado.
«I»
PJ de