Relvas vai além do acordo ortográfico
A adoção do novo acordo ortográfico no mundo lusófono parece condenada. Há Estados que recusam a adesão, personalidades ilustres que criticam o acordo e continuam a escrever como antes. Mas entre discussões e impasses há quem tenha avançado. O Governo português aderiu. E dentro do atual Executivo há quem avance ainda mais, parecendo querer replicar na gramática a receita económica do "ir além da troika". Miguel Relvas agarrou o dicionário pelos colarinhos e tratou de abrir novos mundos ao mundo lusófono. Primeiro, em entrevista à RTP em janeiro, defendeu que "ser visto e ouvisto" tem de ser um dos propósitos essenciais do serviço público. Esta semana - numa audição parlamentar, e a propósito de comparações entre a RTP, a SIC e a TVI -, argumentou que "ambas as três estão no mercado". Não sabemos se Pessoa estará a dar voltas no túmulo. Mas se fosse vivo é provável que também ele repensasse o conceito de "A minha pátria é a língua portuguesa" e acabasse a emigrar.
EXPRESSO
A adoção do novo acordo ortográfico no mundo lusófono parece condenada. Há Estados que recusam a adesão, personalidades ilustres que criticam o acordo e continuam a escrever como antes. Mas entre discussões e impasses há quem tenha avançado. O Governo português aderiu. E dentro do atual Executivo há quem avance ainda mais, parecendo querer replicar na gramática a receita económica do "ir além da troika". Miguel Relvas agarrou o dicionário pelos colarinhos e tratou de abrir novos mundos ao mundo lusófono. Primeiro, em entrevista à RTP em janeiro, defendeu que "ser visto e ouvisto" tem de ser um dos propósitos essenciais do serviço público. Esta semana - numa audição parlamentar, e a propósito de comparações entre a RTP, a SIC e a TVI -, argumentou que "ambas as três estão no mercado". Não sabemos se Pessoa estará a dar voltas no túmulo. Mas se fosse vivo é provável que também ele repensasse o conceito de "A minha pátria é a língua portuguesa" e acabasse a emigrar.
EXPRESSO