Equipa de Francisco Bandeira aceita perdão parcial da dívida da antiga dona do BPN
Equipa de gestão do BPN nacionalizado acordou um perdão de 2,2 milhões aos créditos da Galilei na área da saúde. Tesouro não se opôs
A Galilei, ex-Sociedade Lusa de Negócios, concluiu, em 2011, a reestruturação dos créditos da sub-holding da saúde e da imobiliária, conseguindo obter um compromisso por parte da antiga gestão do BPN de um potencial perdão parcial do capital em dívida, ao qual o Tesouro não se opôs.
No relatório e contas de 2011, a Galilei refere que na área de negócio da saúde “foi finalmente firmado o acordo com o Grupo BPN, no caso, via Parvalorem, para a reestruturação sustentada da dívida financeira, conseguindo um prazo alargado de 15 anos para a respectiva amortização, com o potencial perdão parcial de dívida de capital, em caso de integral cumprimento”. No total, esta dívida envolve cerca de 22 milhões de euros, revela o relatório.
Fonte oficial da Galilei revela que “esta negociação foi efectuada e concluída com a administração do BPN”, nomeada pela CGD após a nacionalização do BPN e liderada por Francisco Bandeira. A reestruturação começou ainda em 2009 e terminou em 2011, altura em que com a reprivatização do BPN, os créditos que o banco detinha sobre as diversas empresas do grupo Galilei foram cedidos à Parvalorem - um dos três veículos criados para acomodar os activos da instituição nacionalizada - detida actualmente pela Direcção-Geral do Tesouro. “O perdão é inferior a 10% da dívida”, acrescenta a mesma fonte. O valor do perdão poderá assim rondar os 2,2 milhões de euros.
O Tesouro, que agora assegura a gestão dos antigos créditos do BPN, “não rasgou” os compromissos assumidos pela gestão de Francisco Bandeira, pelo que o perdão continuará válido, mediante o integral cumprimento do plano de amortização da dívida.
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