quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

OS IRMÃOS LOJISTAS E A INTERACÇÃO COM O MUNDO PROFANO

Luís Montenegro, líder parlamentar do PSD, foi convidado em Junho passado para participar num jantar debate sobre Portugal, "reservado" a "membros da nossa casa", a loja maçónica Mozart49, e com o objectivo de interagir "com o mundo profano". Na lista de convidados, a que o PÚBLICO teve acesso, estão sete altos quadros da Ongoing, entre eles o presidente e vice-presidente, Nuno Vasconcelos e Rafael Mora, respectivamente, Jorge Silva Carvalho, ex-director do SIED, João Paulo Alfaro, ex-espião, Agostinho Branquinho, ex-deputado do PSD, e ainda os ex-parlamentares Pedro Duarte, do PSD, e Humberto Pacheco, do PS. 
Em Junho, Nuno Manalvo, ex-chefe de gabinete de Isaltino Morais na Câmara de Oeiras, através de emails onde utiliza uma linguagem claramente identificada com a maçonaria, convidou cerca de 40 personalidades a estarem presentes num jantar, no quadro de um grupo de reflexão designado Acreditar em Portugal. A iniciativa, "criada no nosso seio", podia ler-se num dos emails, era "reservada a membros da casa". O jantar tinha como orador Joaquim Aguiar, do Grupo Mello, e seria moderado por António Saraiva, presidente da CIP, tendo sido agendado para 4 de Julho, um mês depois das legislativas. O local era o restaurante Tasca da Esquina, "do nosso confrade Vítor Sobral". 
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Na lista de emails enviados por Manalvo, a Ongoing aparece representada por uma comitiva de peso: além dos nomes já citados, constam ainda Vasco Rato e António Costa, este último director do Económico, propriedade da Ongoing. E ainda o vice-presidente da CIP, Armindo Monteiro, Álvaro Covões, produtor de espectáculos, António Lourenço dos Santos, ex-secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros do PSD, Amândio Antunes, director-geral da Finaccount, Carlos Veiga, ex-presidente de Cabo Verde, Luís Carrilho, comandante da polícia em Timor-Leste, José Amaral Lopes, ex-secretário de Estado da Cultura do PSD, general José Cordeiro, da Indústria de Desmilitarização e Defesa, Filipe Costa, ex-chefe de gabinete de Alberto Costa e hoje no ICEP em Xangai, Ricardo Kendall, da Midas, o advogado Rogério Tavares, e Francisco Rodrigues, do SIRP (serviços secretos). 
Público