quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A BOMBA ATÓMICA DA AMORALIDADE

«Nós temos uma bomba atómica que podemos usar na cara dos alemães e franceses – ou os senhores se põem finos ou nós não pagamos. As pernas dos banqueiros alemães até tremem»

«A primeira responsabilidade de um primeiro-ministro é tratar do seu povo. Na situação em que nós vivemos, estou-me marimbando para os credores e não tenho qualquer problema enquanto político e deputado de o dizer».

Assim falou, em Dezembro de 2011, o deputado e vice-presidente do grupo parlamentar do partido socialista, Pedro Nuno Santos.

Pois bem, não tendo falado nestes precisos termos até ao dia 5 de Maio de 2011, deveria o senhor deputado, não tendo a coragem de se demitir nesse mesmo dia do partido em que milita, ter, ao menos, algum decoro e guardar silêncio nesta altura do campeonato. É que o acordo agora (e só agora) contestado pelo jovem socialista foi negociado e assinado por um governo do seu próprio partido.

Será que ele não leu esta notícia da 'Agência Financeira': «O Conselho de Ministros esteve reunido esta quinta-feira de manhã para aprovar o acordo alcançado entre o Governo e a troika, e que os dois principais partidos da oposição (PSD e CDS) já se comprometeram a assinar, anunciou o ministro das Finanças em conferência de imprensa.


Fernando Teixeira dos Santos, em quem o Governo «delegou a formalização e assinatura dos documentos», disse que o «programa de apoio económico e financeiro a Portugal é o resultado de uma negociação intensa e exigente» entre o Governo e a missão de técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI), Comissão Europeia (CE) e Banco Central Europeu (BCE).
«Tudo foi analisado ao pormenor», garantiu.»?

E, não tendo lido nem querendo deslocar-se a Paris para pedir explicações ao principal responsável, não poderia, antes de abrir a boca, ter-se informado junto dos que, tendo participado no Conselho de ministros que não teve a coragem de atirar a bomba atómica aos credores franceses e alemães, são hoje seus colegas de bancada?