
«Nós temos uma bomba atómica que podemos usar na cara dos alemães e franceses – ou os senhores se põem finos ou nós não pagamos. As pernas dos banqueiros alemães até tremem»
«A primeira responsabilidade de um primeiro-ministro é tratar do seu povo. Na situação em que nós vivemos, estou-me marimbando para os credores e não tenho qualquer problema enquanto político e deputado de o dizer».
Assim falou, em Dezembro de 2011, o deputado e vice-presidente do grupo parlamentar do partido socialista, Pedro Nuno Santos.
Pois bem, não tendo falado nestes precisos termos até ao dia 5 de Maio de 2011, deveria o senhor deputado, não tendo a coragem de se demitir nesse mesmo dia do partido em que milita, ter, ao menos, algum decoro e guardar silêncio nesta altura do campeonato. É que o acordo agora (e só agora) contestado pelo jovem socialista foi negociado e assinado por um governo do seu próprio partido.
Será que ele não leu esta notícia da 'Agência Financeira': «O Conselho de Ministros esteve reunido esta quinta-feira de manhã para aprovar o acordo alcançado entre o Governo e a troika, e que os dois principais partidos da oposição (PSD e CDS) já se comprometeram a assinar, anunciou o ministro das Finanças em conferência de imprensa.
Fernando Teixeira dos Santos, em quem o Governo «delegou a formalização e assinatura dos documentos», disse que o «programa de apoio económico e financeiro a Portugal é o resultado de uma negociação intensa e exigente» entre o Governo e a missão de técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI), Comissão Europeia (CE) e Banco Central Europeu (BCE).
«Tudo foi analisado ao pormenor», garantiu.»?