
Habituado a conviver, no partido, no governo e na assembleia da República com gente para quem a transparência sempre foi a pedra de toque na gestão da coisa pública, vem o agora deputado, com aquela sua vozinha aflautada e a autoridade moral de quem tolerou e aplaudiu a transparência das licenciaturas da 'Independente', o licenciamento do 'Freeport', a construção da 'Central de Compostagem da Cova da Beira', os negócios da Quinta da Rosa, as trapalhadas da 'Fundação para as Comunicações', as obras e as obrinhas da 'Parque Escolar', o assalto frustrado à TVI e o assalto vitorioso (e desastroso!) ao BCP e mais um rol de etcs., vem o deputado socialista, dizia, exigir transparência na privatização da EDP.
Faz o senhor deputado muito bem. E, já agora, podia propôr na assembleia da República um imposto extraordinário para os portadores dessa doença crónica que dá pelo nome de 'falta de vergonha' e o país ficar-lhe-ia grato pela descoberta de um bom caminho para o equilíbrio orçamental.