"Recuso-me a permanecer aqui porque o meu lugar está esvaziado de funções. Não posso aceitar que haja doentes que se podem salvar mas que vão morrer porque o país está em dificuldades económicas", disse à Lusa a Coordenadora Nacional das Unidades de Colheita de Órgãos, Tecidos e Células para Transplantação, Maria João Aguiar.
A demissão da coordenadora nacional surge na sequência das declarações "absolutamente desastrosas" do ministro da Saúde, Paulo Macedo, em entrevista à TVI na quinta-feira à noite.
Questionado sobre se os transplantes estariam em risco, o ministro Paulo Macedo admitiu que "pode não haver o mesmo número de transplantes", explicando que é preciso perceber se o País "pode sustentar o actual número de transplantes".
"O que pretendemos é manter um número de transplantes tão interessante e de qualidade como tem vindo a ser feito, mas claramente dando menos incentivos aos hospitais, porque também não é necessário. Estes incentivos visam um incremento e o que nós achamos é que não é necessário haver aqui um incremento", acrescentou o ministro.
CM