O caso de David Damião, ex--assessor de imprensa do primeiro-ministro José Sócrates e do primeiro-ministro António Guterres, há um ano colocado na embaixada em Madrid, é apenas um exemplo entre 103.
Outro é Carneiro Jacinto, antigo porta-voz do MNE Freitas do Amaral, agora em Washington. E Maria Luís, que foi assessora de Sócrates enquanto ministro do Ambiente, foi depois colocada na Representação Per- manente de Portugal junto à União Europeia.
O próprio assessor de imprensa de Paulo Portas, Miguel Guedes, esteve na embaixada portuguesa em Paris, onde foi colocado depois de uma carreira no governo Barroso-Santana.
É uma tradição antiga. Mas, em época de austeridade e cortes, espera-se que a Associação dos Diplomatas, que sempre se insurgiu contra estes "intrusos" - num momento em que não há dinheiro para colocar mais embaixadores de carreira no exterior -, venha a fazer a vida negra ao actual ministro dos Negócios Estrangeiros.
O vencimento de alguns destes antigos jornalistas, agora com o estatuto equiparado a conselheiros de embaixada, varia entre 10 mil euros e 15 mil euros. No caso de Madrid, por exemplo, além do vencimento, existe um subsídio para arrendamento de casa de cerca de 3200 euros.»
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