No caos calmo (inspiração Sandro Veronesi) em que se encontra a minha (restante) biblioteca, tenho procurado, para reler, os livros de e sobre Jorge Semprún, um dos meus autores de culto e um dos grandes escritores dos séculos XX e XXI, desaparecido há dias.
Hoje, encontrei "A Segunda Morte de Ramón Mercader", edição da 'Arcádia', de 1970, com o talão de reposição da livraria 'Opinião', do livreiro (e pintor 'naif') Hipólito, lugar de livros tolerados e proibidos e copos, decilitrados no segundo andar, onde se cruzavam escritores, jornalistas, ardinas do jornal 'República', promitentes salteadores do 'Palácio de Inverno' e exemplares avulso da folclórica esquerda líquida.
Num balanço breve, verifico:
A 'Arcádia' morreu.
A 'Opinião' morreu.
O Hipólito morreu.
O Jorge Semprún morreu
E eu, em trânsito de 'cota' para VCC e com o crematório dos Olivais já na linha do horizonte, vou reler "A Segunda Morte de Ramón Mercader" antes que seja tarde...