quarta-feira, 22 de junho de 2011

FILOSOFIA

«António Guterres demitira-se uns meses antes, Sócrates saíra com ele do Governo e Durão Barroso era na altura o primeiro-ministro.
Dizia-me então Sócrates nesse almoço: "Na política não há gratidão. Veja o que aconteceu ao Guterres: deu o seu melhor pelo país e hoje tem toda a gente a atacá-lo. E vai acontecer o mesmo ao Durão Barroso. Por isso, a actividade política não está no meu horizonte. Vou para Londres tirar um mestrado, e nos próximos tempos dedicar-me-ei por inteiro à vida universitária".
Era uma revelação extraordinária e eu acreditei cegamente nela.
Como Sócrates não pediu segredo sobre o conteúdo da conversa, quando cheguei à redacção comuniquei as suas intenções à jornalista que tinha a seu cargo o acompanhamento do Partido Socialista (a Cristina Figueiredo), que retorquiu: "Não pense nisso! Toda a gente no círculo próximo de Sócrates sabe que ele está a preparar a candidatura à liderança. Está tudo pronto para que, quando o Ferro Rodrigues cair, ele avance".
José António Saraiva
'SOL'