quarta-feira, 1 de junho de 2011

DE OUTROS

«Enquanto Sócrates é uma combinação de grotesco, no qual o desvario inventa o seu próprio infinito, Passos Coelho é um homem perigoso pelo que afirma e, sobretudo, por aquilo que involuntariamente dissimula. Com as ameaças que faz de "mudar" tudo, inclusive o que não é necessário alterar, demonstra uma inconsciência muito próxima do furor incontrolável de quem acaba por revelar as suas dualidades. Passos não é perigoso porque o queira ser, haja Freud!, é-o porque não sabe que o é. E Sócrates prossegue na doida cruzada de omissões e de fabulações intermináveis: um ser que confunde paixão com insanidade. É ou não é de ter medo do estranho destino que nos ensombra, com qualquer destes dois a mandar? A mandar, é como quem diz, bem entendido. A mandar aquilo que os outros mandam.»

Baptista-Bastos
DN