quarta-feira, 11 de maio de 2011

UM IMENSO ADEUS


«Some-te rato! Mergulha de uma vez no esgoto de oito séculos de erros que te criaram e engordaram, como excremento que és, venenoso, estéril, impotente. Rato, apenas, rato.
(...)
Não te demitas, some-te! Some-te, rasteiro como nasceste, como subiste, como governaste, como imitaste nos teus discursos, laboriosamente vomitados, uma língua admirável que, rato que és, nunca soubeste falar. Some-te tal como viveste, com a mesma covardia com que mandaste assassinar, roubar, violentar. Some-te rato, com a tua bota de elástico, a tua pena de pato, a tua ceroula de fita, as tuas letras gordas, a tua finança de chácara, a tua economia de campónio, a tua política de traidores à Pátria. Some-te assim, rasteiro e mesquinho, como vieste! Some-te, rato! E que o ódio de um Povo, e o desprezo de todos os amantes da liberdade e da justiça, saibam esquecer o momento de nojo e de vergonha e castração que tu longamente foste, em mais de trinta anos de horror e reles mesquinhez. Que nem a tua pele piolhosa fique apodrecendo na memória das gentes, mais que como imagem da peste política e moral! Somo-te, rato!»