terça-feira, 25 de janeiro de 2011

II (E ÚLTIMO) AVISO À NAVEGAÇÃO

Passei a infância (feliz, muito feliz) entre malta de pé descalço. Fiz com eles amizades que ainda hoje mantenho. Com eles aprendi coisas que nunca mais esqueci. Desde logo, a linguagem de rua com todas as palavras que os dicionários escondiam.
Entrei para a escola primária, analfabeto como convinha, mas licenciado em palavrões (e outras pequenas patifarias).
No 'peão' de estádios de futebol da minha juventude, aproveitei sempre a presença dos árbitros para aprimorar a linguagem e fiz um mestrado na matéria.
Na tropa, em três anos, a linguagem casernícola proporcionou-me um doutoramento.
Sou, pois, um perito em português latrinário e não coro quando ouço ou leio o português de moços de estrebaria.
Entendo, porém, que este blog (e, já agora, a minha página do facebook) não é o sítio ideal para demonstrações de sapiência em tal matéria e, por isso, não deixo aqui rasto da minha formação académica na arte do palavrão. (Nem deixo, obviamente, que ele circule sub-repticiamente na caixa de comentários com anónima autoria ou, o que é pior, subscrito por alguém que, senhor de imensa riqueza vocabular, insiste na vulgaridade de uma linguagem imprópria).
Disse e repeti. Assunto definitivamente encerrado!