sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

DE OUTROS

«Na União Europeia quem manda é o Partido Popular Europeu, de Direita e de Extrema-Direita. Ele é o representante qualificado dos grandes interesses e das multinacionais. Não têm nem pudor nem escrúpulos, esses senhores. Assiste-se à desvergonha de se realizar enormes negócios com a China, que comete as maiores atrocidades humanas e ganhou poder e importância com o trabalho escravo a que submete milhões de chineses. A fórmula, "uma nação, dois sistemas", é, pura e simplesmente abjecta. Permite toda a forma de indignidades e faz a camuflagem de uma ignomínia moral e política. Aqueles, inclusive portugueses, que continuam a afirmar o significado do comunismo chinês, não passam de coniventes de uma infâmia, que trai os princípios dos próprios ideais.

Claro que o mundo mudou. Mas mudou, neste caso, para pior. E não venham com dados estatísticos, com manigâncias de sociologia barata, com argumentos falaciosos. O trabalho escravo existe na China, a perseguição implacável aos dissidentes nem sequer é dissimulada. Ao menos que se não chame "àquilo" de comunismo. "Aquilo" é um insulto interminável aos milhões e milhões de homens e de mulheres que, em todo o mundo, se bateram, até com a dádiva da vida, por um luminoso sonho de fraternidade.»

Baptista-Bastos
Jornal de Negócios