Enfim chegado ao doce balanço do pára-arranca do IC19, certinho na minha bicha de trânsito, como recomendam as regras do trânsito e dos brandos costumes, meditando no Alentejo profundo (e minha Pátria!) já longínquo, onde me exilei durante dois anos, e eis senão quando um motoqueiro irritado e buzinadeiro me gritou, mesmo a meu lado: "Chega p'ra lá a merda do carro".
Surpreendido (falta de hábito, já se vê...), depressa reagi e com recurso ao riquíssimo léxico casernícola que aprendi nessa escola de virtudes conhecida genericamente por "Tropa", e qual garboso oficial miliciano de Infantaria ('Peido e coice', se dizia) lá respondi, com ligeiro sotaque alentejano reaprendido na tertúlia da adega do ti Raminhos, ao apressado motocicleiro: "Se desatarrachasses os cornos e os deixasses em casa, não encalhavas tanto nos carros". Respondeu-me com um breve "Vai p'ró caralho" e seguiu.
E eu, sempre no doce balanço do pára-arranca do IC19, pensei: "Como é bom estar de regresso à 'civilização'. E como me habituei depressa...".