quarta-feira, 30 de junho de 2010

OS PORMENORES DO JOGO

Alentejano de nacionalidade e português por fatalidade político-administrativa, vibro pouco com os feitos da selecção portuguesa de futebol (guardo-me para o Benfica, Desportivo de Beja e Despertar, clube fundado e baptizado por operários anarquistas e que deve o nome ao jornal da Juventude Anarquista). E, assim sendo, também não sou atingido particularmente pelo 'stresse pós-traumático da derrota' (chegam-me outros stresses pós-traumáticos...).
Bom, 'andiamo': vi o Portugal-Espanha e acho que a derrota por 1-0 não é nenhum desastre nacional (temos tantos que podemos prescindir deste). O que retive passou-se depois do apito final do árbitro: um fantasma que andou por lá vestido com o número sete a passear-se para as 'gaijas boas', num ronco de vuvuzela, sacudiu a água do capote e endossou a responsabilidade para o Carlos Queiroz. Um pouco antes, os dois guarda-redes espanhóis tinham confortado o Eduardo, que, de todo, não merecia perder o jogo.
E nestes pequenos pormenores do jogo sem bola se vê de que lado da fronteira ibérica estiveram a pequenez e a grandeza.