terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A VELHA RECEITA



FMI. Os portugueses sabem bem o que significa essa sigla tenebrosa. E não aprenderam com a leitura de "Globalização - A Grande Desilusão", do Prémio Nobel da Economia, Joseph Stiglitz. Sabem por terem sentido na carteira e na pele os efeitos das receitas da organização.
Agora, e mais uma vez, essa agremiação de escuteiros, pela voz do seu economista-chefe, Olivier Blanchard, vem apontar aos selvagens do sul da Europa o caminho da salvação:

«Espanha, Portugal e Grécia, que enfrentam uma série de dificuldades devido à evolução das finanças públicas e não podem recorrer à desvalorização da moeda por pertencerem à zona euro, terão de assumir sacrifícios, nomeadamente uma redução dos salários para recuperar a competitividade.»
Falta, porém, um pormenor: a receita da "redução de salários" deve ser servida com molho de "generosa distribuição de dividendos" para incentivar o investimento estrangeiro e, assim, reduzir a taxa de desemprego. A bem dos trabalhadores, como se vê. Tão fácil que só não percebe quem não quer perceber.