domingo, 21 de fevereiro de 2010

DE OUTROS




«O primeiro-ministro, por estranho que pareça, anda em campanha no seu próprio partido. Já reuniu o Secretariado Nacional, a Comissão Nacional e o grupo parlamentar; e vai reunir a também os "companheiros de caminho" das "Novas Fronteiras". Tudo isto é mau sintoma: é o sintoma de que ele começa a perder a confiança da gente a que deve o poder. Mas, como de costume, Sócrates fez de mais. Esta despropositada reafirmação de autoridade não o fortalece. Pelo contrário, revela pública e dramaticamente a sua fraqueza. Claro que será sempre apoiado por órgãos que ele mesmo em grande parte formou e que ninguém vai dizer agora o que, de facto, pensa. Quem está contra ele, não levantará um dedo até o ver perdido. Por enquanto, espera em silêncio e segurança atrás da "lealdade" à seita: uma desculpa inatacável.»
Vasco Pulido Valente
(Público)