terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O 'ESTADIOISTA'



Fala-se, cada vez com mais insistência, na inevitabilidade de implosão de vários estádios de futebol construídos para o 'Euro - 2004' (Coimbra, Aveiro, Leiria, Faro) por não terem viabilidade económica e implicarem encargos financeiros insuportáveis para os contribuintes portugueses.
(Agora, até se junta ao coro Augusto Mateus, ex-ministro da Economia do Governo de António Guterres, responsável pelo 'extraordinário evento').
Se os decisores políticos responsáveis pelo 'investimento' não tivessem a impunidade garantida, provavelmente, as coisas teriam sido diferentes (em 2004, as assistências no estádio de Leiria ficavam-se pelas centenas de espectadores e, em Faro, mesmo com entrada livre, não passavam das dezenas!).
E agora, José? Bom, agora e antes das implosões, devíamos, no mínimo, pedir explicações ao grande 'estadioísta' que sonhou e produziu obra:



«Todos saímos a ganhar do Euro menos o nosso miserabilismo»

José Sócrates

José Sócrates, que foi quem apresentou e defendeu a candidatura de Portugal ao Euro 2004 (era na altura ministro do Desporto), afirma, em entrevista ao Semanário, que todos saímos a ganhar do evento, mas houve um derrotado: o miserabilismo português. Somos tão bons ou melhores do que os outros, reconhece José Sócrates, para quem o Euro 2004 superou todas as expectativas.

Semanário - Quando a apresentou e defendeu a candidatura de Portugal ao Euro 2004, esperava que as coisas viessem a correr como correram?
José Sócrates - Não há dúvida de que o Euro 2004 superou todas as expectativas. Mas já na altura, quando nos candidatámos, tínhamos dois objectivos precisos: o primeiro era fazer a renovação dos nossos estádios com um retorno significativo para a nossa economia: o segundo era projectar internacionalmente Portugal como um país ambicioso, moderno e capaz.
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Um visionário. E o país, reconhecido, promoveu-o a Primeiro-Ministro.
Abaixo o miserabilismo! Viva Portugal! Longa vida para o camarada José Sócrates!