terça-feira, 8 de dezembro de 2009

DE OUTROS




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A CANALHA
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Como esta gente odeia, como espuma

por entre os dentes podres a sua baba

de tudo sujo sem sequer prazer !

Como se querem reles e mesquinhos,

piolhosos, fétidos e promíscuos

na sarna vergonhosa e pustulenta !

Como se rabialçam de importantes,

fingindo-se de vítimas, vestais,

piedosas prostitutas delicadas!

Como se querem torpes e venais

palhaços pagos da miséria rasca

de seus cafés, popós e brilhantinas !

Há que esmagar a DDT, penicilina

e paus pelos costados tal canalha

de coxos, vesgos, e ladrões e pulhas,

tratá-los como lixo de oito séculos

de um povo que merece melhor gente

para salvá-lo de si mesmo e de outrem .
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JORGE DE SENA

7 de Dezembro de 1971

Publicado na revista Hífen, Porto, nº 6, Fevereiro de 1991