quinta-feira, 22 de outubro de 2009

UM IMENSO ADEUS


«Com o declínio do poder clerical no século XVIII, surgiu uma nova espécie de mentor para preencher o vazio que ficara e capturar as atenções da sociedade. O intelectual secular podia ser deísta, céptico ou ateu, mas estava tão preparado quanto qualquer pontífice ou presbítero para ensinar à humanidade a melhor forma de resolver os seus assuntos. Proclamava, desde o princípio, uma especial devoção pelos interesses da humanidade e um dever evangélico de a fazer progredir mediante os seus ensinamentos. Imprimiu a essa sua tarefa auto-imposta uma abordagem bastante mais radical do que os seus antecessores clericais. Não se sentia limitado pela estrutura de uma qualquer religião revelada. A sabedoria colectiva do passado, o legado da tradição, os códigos prescritivos de uma experiência ancestral existiam para serem selectivamente seguidos ou completamente rejeitados, conforme aquilo que o seu próprio bom senso lhe ditasse.»