terça-feira, 28 de abril de 2009

OS MALEFÍCIOS DOS ALERTAS


É pacífico admitir que uma das funções do Estado é alertar os cidadãos para os riscos que correm em determinadas circunstâncias. Certo. Mas a quantidade de alertas com que nos bombardeiam já chateia e pode, até, ter efeitos contraproducentes.
Chega a Primavera com os seus pólens? Alerta Amarelo!
Chega o Verão com temperaturas altas? Alerta Laranja!
Vem o Outono com as suas ventanias? Alerta Amarelo!
Instala-se o Inverno e o frio? Alerta Laranja!
Por tudo e por nada parecemos um país de sentinelas aos gritos de Alerta!
E para além dos alertas que se sucedem com a normalidade com que acontecem as estações do ano, temos mais os vírus da bicheza e os seus inevitáveis alertas vermelhos: primeiro, o vírus da gripe das aves (chegaram a prometer-nos sessenta milhões de mortos e depois foi um 'flop' com meia-dúzia de funerais em todo o mundo), agora, o vírus da gripe suína e o festival de avisos, ameaças, quarentenas (pelo sim, pelo não, vou comprar acções do laboratório que produz o medicamento 'Tamiflu').
Com tanta campanha histérica, corremos o risco de baixarmos a guarda e, um dia, sermos todos infectados pelo vírus da febre asinina. Esta hipótese assusta-me porque deve ser horrível viver num país com dez milhões de candidatos a dirigentes da DREN.
Aqui deixo o ALERTA!
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PM