segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

UM IMENSO ADEUS






RICOS E POBRES
NO ALENTEJO
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JOSÉ
CUTILEIRO
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1ª Edição Portuguesa:
Sá da Costa - 1977
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(Ensaio de antropologia social publicado em Oxford, em 1971)
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«Até aos primeiros anos da década de 60, o trabalho era de sol a sol (do nascer ao pôr do Sol) e, uma vez que o local de trabalho ficava muitas vezes a quilómetros de distância de casa, isso significava que tinham de sair de casa ainda de noite e regressavam depois do sol-posto. Estas condições representavam, no entanto, já uma melhoria: até aos princípios da década de 40, o trabalho fora de ar a ar (desde o romper da manhã até noite fechada), com frequentes períodos de trabalho nocturno durante as épocas de labor mais intenso. Nas épocas da sementeira e da ceifa, os trabalhadores chegavam a dormir apenas quatro horas por noite. Era uma vida extremamente difícil: os salários eram muito baixos, os benefícios sociais inexistentes e a instrução um objectivo impensável para o filho de um trabalhador rural.»