«Negoceia-se constantemente essas garantias sobre coisas virtuais, trafica-se em volta dessas negociações. Tudo negócios imaginários, especulações sem outro objectivo ou objecto a não ser elas mesmas e que formam um imenso mercado artificial, acrobático, baseado em nada a não ser sobre ele próprio, longe de qualquer realidade que não a sua, em círculo fechado, fictício, imaginado e incessantemente complicado por hipóteses desenfreadas a partir das quais se extrapola. Nele especula-se até ao infinito, em direcção ao abismo, com base na especulação. E na especulação das especulações. Um mercado inconsistente, ilusório, fundado em simulacros, mas enraizado neles, delirante, alucinado ao ponto de se tornar poético.»
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1ª edição portuguesa: Abril de 1997
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