O homenzinho julga-se um génio. Aos quatro anos lia Mark Twain e Oscar Wilde (disse ele à revista 'Ler'). Agora, e após um longo silêncio, em inequívoco delírio criativo, publicou três importantes livros que vêm contribuir de maneira indelével para o enriquecimento do património cultural português: «Com os Copos», «Em Portugal não se Come Mal» e «Os Senhores da Má Língua», este em co-autoria com outros dois grandes vultos da cultura nacional - Rui Zink e Manuel Serrão.
A pretexto desta última 'obra', a revista 'Única', do 'Expresso', ouviu o génio, vestido de talhante, comunicar ao mundo esta assombrosa descoberta: «Quando o Balsemão fundou o 'Expresso', foi uma revolução total nos 'media'. Na altura, era estonteante a liberdade que se tinha para dizer tudo». As entrevistadoras jovens(?), jornalistas(?), ignorantes(?), distraídas(?), tudo isto em acumulação(?) não fizeram notar ao ilustre cientista social que, em 1973, em Portugal, a imprensa estava sujeita a um brutal 'Exame Prévio' (eufemismo marcelista para Censura), como, aliás, o próprio 'Expresso' tem documentado nos últimos meses com razoável destaque.
Mas a genialidade não fica por aqui. É igualmente demonstrada em crónica publicada na folha dirigida pelo 'neocon' Fernandes. Assim: «A verdade é que tanto o calor como o frio dão tesão. As temperaturas intermédias também».
O homenzinho julga-se um génio. É um artista português chamado Miguel Esteves Cardoso (MEC para os amigos e admiradores). Que Deus o ajude e lhe guie os passos até às pistas do Coliseu dos recreios.
.
PM