terça-feira, 23 de dezembro de 2008

UM IMENSO ADEUS


PARA NÃO FALAR
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.HELDER MOURA PEREIRA
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Círculo de Poesia - Moraes Editores
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PERTO MUITO PERTO
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Chego ao pé do limite,
o corpo cansado
traz as setas
do sono e a noite
é uma alegria surda.
Onde tudo acontece
passam as imagens,
pressinto as nuvens
sobre os navios, o eco
de sons de aviso.
Como se inquieta
a cabeça tocando outra
na luz atravessada
de luzes. Chego à ponta
dos dedos, à esquina
da memória, adormeço, não
adormeço, canto
para adormecer.
Tudo parte de baixo
para a paisagem
do tecto, alegro-me
porque não é preciso
falar. O que sentes
está aí tão à vista,
desaba sobre os olhos
o falso espaço
da casa. E a manhã
perde a luz
que as palavras
inventaram.
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