terça-feira, 12 de agosto de 2008

VIDA E PROPRIEDADE PRIVADA

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Não tenho, por ladrões e aparentados, grande consideração. Já tive a casa assaltada e sei quanto isso é desagradável. À saudade dos objectos perdidos para sempre, alguns de valor apenas sentimental e, justamente por isso, incalculável, junta-se o desconforto da privacidade devassada e logo se instala a necessidade de mudança.

Apesar disso, fico indignado com notícias como esta: «Uma criança de 11 anos foi ontem mortalmente atingida por uma bala disparada por um agente da GNR, após uma tentativa de assalto a uma vacaria em Loures. O rapaz foi atingido no interior de um veículo com o qual o grupo de alegados assaltantes se pôs em fuga».

Esperemos, agora, que o ministro da administração interna, com aquela cara de fuínha deslumbrada pelas luzes da ribalta, não nos venha com desculpas esfarrapadas. É que não há propriedade privada, por mais valiosa, que valha a vida de uma criança de onze anos.

PM