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Aliás, na SIC-N, na sequência do seu debate com Jorge Pinto, houve até uma comentadora, a jornalista do Expresso Ângela Silva, que esclareceu não valorizar as mentiras de Ventura, “senão dava-lhe sempre negativa”. Ângela estava a responder ao seu camarada de redação Vitor Matos e ao facto de ele ter manifestado incompreensão com, precisamente, essa não valorização.
Ora bem: se jornalistas (é importante tratar-se de jornalistas) não valorizam, no sentido de relevar, explicitar, reprovar, as mentiras e, portanto também as difamações e calúnias de um candidato presidencial, a quem cabe fazê-lo? Se os pivôs dos debates não erguem sequer uma sobrancelha quando André Ventura calunia mais uma vez Paulo Pedroso e Ferro Rodrigues ou acusa Marcelo Rebelo de Sousa de "traição à pátria" (como esta segunda-feira um deputado do Chega acusou, na SIC-N, o Tribunal Constitucional em peso de "traição a Portugal" por ter chumbado várias normas da lei da nacionalidade), como se fosse normal, como se fosse aceitável, como se não fosse criminoso, não estão a ser cúmplices dessas difamações?
Em 2021, no debate com o então candidato presidencial Marcelo, Ventura mostrou uma foto do Presidente da República com uma família residente no bairro da Jamaica e acusou-o de ter estado com “bandidos”. Nem Marcelo nem Clara de Sousa, a jornalista que moderava (o verbo é claramente mal-empregado) na ocasião, lhe perguntaram por que motivo estava a acusar aquelas pessoas, que nem identificou e que incluíam até uma criança, de serem bandidos. Nenhum se lembrou de perguntar se Ventura estava a fazer aquela acusação por se tratar de negros a viver num bairro degradado. Ou seja, nenhum fez o mínimo que lhe era exigido — ao presidente em exercício, além do mais jurista e constitucionalista, por exigência do cargo e da defesa do princípio constitucional da igualdade, e à jornalista, por ser jornalista. Do mesmo modo, nos comentários que se seguiram ao debate, nem um único comentador valorizou o episódio."
Fernanda Câncio (DN)
Eis o Leitão, ministro da Propaganda do governo do Spinumvivaço, assim uma espécie de António Ferro dos pobrezinhos, com os óculos especiais que usa em dias de greve.
"Ventura, que se preparava para dar a mão ao governo e a quem lhe paga as campanhas, é o bom termómetro dos humores populares. E se alguém tinha dúvidas da eficácia da greve, bastava ver a cambalhota que deu no dia 11 de dezembro: da defesa da mudança de uma lei laboral “soviética” passou para recusa do “bar aberto para despedimentos”; de uma greve geral “em que só os partidos de extrema-esquerda conseguem ver algum beneficio” passou para uma greve “legítima” que mostra “um descontentamento generalizado."
Daniel Oliveira (Expresso)
Expresso
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