sexta-feira, 1 de novembro de 2024

CUMPLICIDADES DIVERSAS

Defender um regime onde se podem matar cidadãos a bel-prazer por causa da cor da pele, do estatuto social, do sítio onde estão ou moram ou das ideias políticas que têm – recorde-se que o assessor do Chega escreveu “menos um bandido, menos um eleitor do BE” – é ser inimigo do Estado de Direito, da democracia, da segurança e da paz. Que haja quem perante isso se cale,  finja que não viu – como o governo – ou quem, como o presidente da República, reduza o assunto a “uns acham uma coisa, outros acham outra”, como se o viva la muerte, o elogio do homicídio e da execução extrajudicial coubessem na discussão democrática, ilustra na perfeição aquela máxima sobre o que é necessário para que o mal triunfe.

Mas há quem vá mais longe ainda – há quem faça pior que calar-se. Falo dos jornalistas. Falo da minha profissão: exaltados sempre como indispensáveis guardiões da democracia, somos nós que estamos nas primeiras linhas desta batalha. Somos nós que empunhamos os microfones e as câmaras, somos nós que estamos na régies das TV a dirigir a emissão, somos nós que decidimos o que vai para o ar, o que é difundido, o que deve ou não chegar aos nossos cidadãos. Cabe-nos mediar – não servir de pé de microfone a proclamações criminosas e a apitos de cão. Não chegar fogo a quem tem na mão um cocktail molotov.

Fernanda Câncio  (DN)

Ler mais: https://www.dn.pt/5368746977/os-cocktails-molotov-do-chega-e-quem-lhes-segura-o-isqueiro/


 

UM CHUCHIALISTA MUITO 'CHEGADO'

O presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão (PS), defendeu, esta quarta-feira, o despejo "sem dó nem piedade" de inquilinos de habitações municipais que tenham participado nos distúrbios que têm ocorrido na Área Metropolitana de Lisboa.

"É óbvio que eu não quero que um criminoso que tenha participado nestes acontecimentos, se for ele o titular do contrato de arrendamento é para acabar e é para despejar, ponto final parágrafo", afirmou o autarca socialista, durante a reunião pública da Câmara Municipal.

CM

 

CHUCHIALISMO CHUNGA

 

O contágio chegou ao PS?

Ricardo Leão tem um currículo rico de intervenções que muitas vezes se distinguem mal das do Chega. Pode o PS de Lisboa ser representado por quem tem estas ideias? Pode o secretário-geral nada dizer?

Rui Pena Pires (Público)

O Chega já contaminou o PS: Ricardo Leão, de Loures, explica como

Ana Sá Lopes
Público