quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

ACTIVOS EXTRAVAGANTES

Os quadros do surrealista Miró, propriedade do BPN, eram apenas um dos muitos activos extravagantes do banco do PPD/PSD e amigos do 'arco da governação'. A sua venda no estrangeiro está a revelar-se problemática e, ao que parece, os contribuintes portugueses vão ser chamados a contribuir com mais cinco milhões de euros que, a título de indemnização, entrarão nos cofres da sociedade de leilões "Christie's".
Não sei o que este governo, superiormente assessorado pelo especialista em activos extravagantes, Dias Loureiro, vai fazer para sair deste imbróglio. Mas, para não elevar o 'nível frustracional derivado da crise' pelo 'inconseguimento' da operação, tenho uma sugestão a fazer: substituam as obras do surrealista catalão por obras de um conhecido artista português, também ele autor surrealista, que assina 'Oliveira e Costa'. Estas, por exemplo: 

O top 10 de quem não está a pagar
Os maiores incumpridores do BPN estão ligados ao grupo SLN, que era dono do banco. Ás suas dívidas já deviam estar todas pagas
1. PLURIPAR €135 milhões
Ligada ao grupo SLN e aos empresários Emídio Catum e
Fernando Fantasia, é uma empresa dona de imobiliárias.
Nos últimos cinco anos entraram em tribunal 30 processos colocados por credores. Há um mês que tem um administrador judicial.
2. SOLRAC FINANCE €116 milhões
É uma offshore ligada ao grupo SLN com contas no Banco Insular, em Cabo Verde, desde 2003 e que servia para movimentar dinheiro para o BPN Cayman. Em maio de 2010, a dívida foi para contencioso.
Em junho de 2011, o caso passou para os advogados.
3. LABICER €82 milhões
É uma fábrica de cerâmica no distrito de Aveiro que no final de 2006 passou a ser controlada pelo grupo SLN. Em 2010, tinha capitais próprios negativos em 68 milhões de euros. A empresa foi declarada insolvente pelo tribunal em abril de 2012.

4. CNE €82 milhões
A Cimentas Nacionais e Estrangeiros (CNE) é uma empresa do círculo SLN. Desde janeiro de 2012 que tem um plano de insolvência e em fevereiro o tribunal nomeou um novo administrador. Além da Parvalorem, há muitos credores na fila, incluindo mais bancos.
5. DOMURBANIS €69 milhões
Liderada pelo empresário Emídio Catum, é uma sociedade imobiliária e tem como administradores
Fernando Fantasia e o vice-presidente da Pluripar. Os empréstimos do BPN na Parvalorem venceram em março de 2012.
6. MARINAPART €66 milhões
Presidida por um dos Irmãos Cavaco, a Marinapart tem a licença de concessão da marina de Albufeira. Os seis contratos de crédito concedido pelo BPN já foram renegociados pela Parvalorem, mas isso não impediu a empresa de entrar em incumprimento outra vez.
7. HOMELAND €50 milhões
É o fundo especial de investimento imobiliário criado para financiar uma operação de
Duarte Lima para comprar terrenos no concelho de Oeiras e que levaram à prisão preventiva do antigo líder parlamentar do PSD, agora acusado pelo Ministério Público por burla qualificada e branqueamento de capitais.
8. JARED FINANCE €47 milhões
Mais uma offshore, das muitas que existem relacionadas com o grupo SLN, permitindo ocultar custos. Serviu para Oliveira Costa fazer pagamentos a administradores, fora do esquema de remunerações, e a pessoas que tiveram relações com o banco, como o caso de Luís Figo e de Luís Filipe Scolari.
9. PAPREFU €44 milhões
Tal como a Domurbanis, é liderada por Emídio Catum e tem Fernando Fantasia e o vice-presidente da Pluripar na administração. É dona de 1800 hectares junto do futuro aeroporto de Lisboa, na margem Sul. Está em incumprimento desde março.
10. ZEVIN HOLDING €43 milhões
Offshore, mais uma vez ligada ao grupo SLN, e que serviu para comprar 41 quadros de Miro.
A dívida reparte-se por três contratos de crédito, o maior deles relacionado com uma conta corrente caucionada, cujas penalizações por incumprimento ascendem já a €7 milhões.
Os mercados apreciariam, o leilão internacional da 'Christie's" seria um sucesso e os contribuintes portugueses ficariam eternamente agradecidos.