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«Bloco de Esquerda e PCP não se mostram disponíveis para aprovar uma moção de censura.»
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DN
domingo, 28 de fevereiro de 2010
RATING
Robert Smith, economista-chefe de uma agência de rating (em retiro espiritual aqui em S. Pedro), conhecido pelo "Silva Americano" na taberna do tio Raminhos e arrabaldes, hoje, à hora da missa, entre dois tintos da Granja, debitou para os co-tertulianos:
«Quando o pedinte é um país economicamente arruinado, endividado até ao tutano e gerido por um pilantra, a minha agência de rating recomenda aos mercados: raspas, raspas.»
O SILÊNCIO DOS PAISANOS
Um pouco perdida no meio das reportagens sobre o lamaçal do 'Contenente', o semanário 'Sol' dá-nos esta notícia: o general Eduardo Silvestre, antigo juíz do Supremo Tribunal Militar, «defendeu esta semana em artigo de opinião no 'DN' que, face a uma classe política "incapaz de inspirar confiança", "deveriam ser as Forças Armadas a tomar nas mãos o destino da Nação".»
A Nação aguarda com ansiedade que o serviçal que está de ministro da Defesa ou o betinho com cara de alferes de Intendência que faz de secretário de Estado da Defesa expliquem ao senhor general que o Chile fica longe e a Venezuela também e que a política tem os seus espaços próprios e não é assunto de caserna.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
DE OUTROS
«Nenhum político português deixou atrás de si um rasto tão longo e tão desagradável de casos "mal explicados". Como a memória é curta, recordemos os mais relevantes:
- A forma como assinou dezenas de projectos de arquitectura e engenharia no concelho da Guarda no tempo em que era técnico da Câmara da Covilhã;
- A sua associação, por um ano, à Sovenco, uma empresa de importação de pneus em que um dos sócios era Armando Vara;
- As nunca investigadas conversas interceptadas durante a investigação a Luís Monterroso em que intercede por empresas amigas junto de autarcas;
- As condições de relativa facilidade de que beneficiou para concluir a licenciatura na Independente;
- A controvérsia da atribuição de um generoso subsídio à Deco, acima do previsto legalmente;
- O envolvimento de figuras que lhe são muito próximas no chamado "processo da Cova da Beira", que levou anos a ser investigado;
- A diferença entre o preço que pagou pelo seu apartamento na Rua Castilho, em Lisboa, e o preço pago por alguns moradores;
- O papel que desempenhou como pivot da negociação com Daniel Campelo e que permitiu a aprovação do "orçamento do queijo limiano";
- As dúvidas sobre a forma e a celeridade do licenciamento final do Freeport, a maior parte delas levantada na imprensa ainda antes da denúncia anónima e, sobretudo, da carta vinda do Reino Unido;
- O aparecimento, no Parlamento, por alturas do "caso da Independente", de duas fichas diferentes de deputado, uma delas rasurada, indiciando uma possível falsificação que nunca ninguém investigou;
Não é pois preciso lembrar a sua relação doentia com os jornalistas ou a sua obsessão com a imagem, e ainda menos de apurar o que se passou no processo de compra da TVI, para perceber que um tal "rasto" de dúvidas e casos seria notícia em qualquer parte do mundo. Ao contrário do que José Sócrates tem repetido, não houve tentativas de "assassinato de carácter": houve e haverá dezenas de notícias que existem porque alguma coisa no carácter do político não permite que olhemos para elas como casos isolados, antes formando um padrão coerente. Para mal de todos.»
José Manuel Fernandes
(Público)
A HISTÓRIA O CONDENARÁ
CUBA: MATAR E DEIXAR MORRER
«Morreu um operário, pobre e preto, como lembrou ontem certo analista de política internacional. Enquanto morria, depois de dias de agonia, o corpo minguando, minguando, transformado num espectro, numa arma sem préstimo, em poeira, poalha, em nada, outro operário, de barbas, moderadamente rude, é o que convém aos operários modernos e respeitáveis, confraternizava com os seus algozes. Em silêncio. Que as palavras são bens escassos. Devem poupar-se. O mundo é dos cobardes.»
Ana Cássia Rebelo
(Blogue 'Ana de Amsterdam')
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA
«Os investigadores do Ministério Público e da Polícia Judiciária de Aveiro ficaram intrigados com as mudanças que ocorreram no discurso sobre o negócio da compra da TVI pela PT e que coincidem com uma reunião que teve lugar na Procuradoria-Geral da República que contou com a presença de Pinto Monteiro, do procurador Marques Vidal e do procurador distrital de Coimbra Braga Themido, noticia a “Sábado”.
As escutas relativas a este último período terão estado na base de pelo menos um dos despachos do PGR (Carlos Lopes (arquivo))
De acordo com a revista, no dia 24 de Junho de 2009 houve uma reunião na Procuradoria-Geral da República e a partir de dia 25 de Junho as escutas feitas no âmbito do processo Face Oculta revelam uma mudança de discurso dos intervenientes, em especial no que diz respeito ao negócio da PT e da TVI. As escutas relativas a este último período terão estado na base de pelo menos um dos despachos de Pinto Monteiro, com data de 18 de Novembro de 2009.
Estas datas coincidem também com a altura em que alguns dos arguidos, nomeadamente Armando Vara e Manuel José Godinho, mudaram de telemóvel ou começaram a utilizar cartões diferentes. A revista avança também que o Departamento de Investigação e Acção Penal de Coimbra está a investigar as eventuais fugas de informação nesta fase da investigação e que poderão ter comprometido o caso.»
Público online
O NEGÓCIO DAS CATÁSTROFES
É assim: o Estado demite-se, no todo ou em parte, das suas obrigações. A 'sociedade civil' organiza peditórios com chamadas de valor acrescentado (6o cêntimos +iva).
Resultado: o demissionário 'Estado' acaba por garantir mais receitas à custa das desgraças alheias.
Grande negócio! Venham mais catástrofes que o buraco orçamental bem precisa!
NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA
«Depois ouvir hoje o Ministério Público pedir a sua condenação por crime de difamação agravada ao empresário bracarense Domingos Névoa, o advogado Ricardo Sá Fernandes lamentou a postura do MP, com quem colaborou, em 2006, como "agente encoberto" após a alegada tentativa de corrupção de Domingos Névoa.
"Desde que há quatro anos denunciei a situação, fui atingido por um autêntico 'tsunami'. Não tenho feito outra vida senão justificar-me perante processos judiciais e disciplinares", afirmou comovido ao juiz, depois das alegações finais, em Braga.
Sá Fernandes sustentou que "se um cidadão normal denunciar uma situação de corrupção acabará aniquilado e eu só o fui porque tomei as minhas precauções".»
Expresso online
BRANDOS COSTUMES
Henrique Monteiro, director do 'Expresso', acaba de declarar perante a Comissão de Ética da AR que o primeiro-ministro o pressionou, durante uma hora, para não publicar uma notícia sobre a famigerada licenciatura em engenharia conseguida na Universidade Independente.
Um homem de sorte este Henrique Monteiro. Vive num país de brandos costumes. Fosse o episódio passado na Rússia do sr. Putin e, hoje, teríamos, eventualmente, o depoimento da viúva do sr. Henrique Monteiro.
(Moral da história: é melhor termos um 'engenheiro' do que um KGB).
PERPLEXIDADES
A perplexidade é doença que deixou de me afectar, tantas foram as vacinas que a vida pública portuguesa me deu.
Apesar disso, por vezes, não consigo evitar que o queixo me descaia e me deixe de boca aberta por largos minutos.
A última vez que isso aconteceu foi no sábado, ao ler a crónica de Ricardo Costa, no Expresso, onde o jornalista deixa vários conselhos ao 'engenheiro da Independente' dos quais destaco este: "Devia, por uma vez, ter um sinal de grandeza, fazer uma declaração clara (e curta), proibir os talibãs do PS de o defenderem com a habitual falta de jeito e de urbanidade".
Fiquei com duas dúvidas. A primeira: Quem será o bin laden que inspira os talibãs do PS? E a segunda: Ricardo Costa acredita mesmo que, depois de todas as provas dadas, a criatura é capaz de um gesto de grandeza?
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
O CHUCHIALISMO EM LIBERDADE
Há anos, muitos anos, que ouço falar do chuchialismo em liberdade sem saber muito bem como definir a coisa.
Hoje, finalmente, fiquei esclarecido. Um filósofo residente na taberna do tio Raminhos, aqui em S. Pedro, ex-repórter policial do jornal 'República', muito dado a coisas do pensamento e a outras actividades 'sem fins lucrativos', naquela sua voz característica de quem, ao longo da vida, consumiu barcos de bagaço, ditou para o auditório: "Chuchialismo em liberdade" é a ideologia 'política' de uns gajos que andam a chuchar com isto tudo e continuam em liberdade. É assim uma espécie de Marchismo sem dentadura do proletariado.»
Registei e divulgo.
O DELÍRIO
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
PROFECIA
"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio,
fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora,
aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias,
sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice,
pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas;
um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai;
um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom,
e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que
um lampejo misterioso da alma nacional,
reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.
Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula,
não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha,
sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima,
descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas,
capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação,
da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro.
Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo;
este criado de quarto do moderador; e este, finalmente,
tornado absoluto pela abdicação unânime do País.
A justiça ao arbítrio da Política,
torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.
Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções,
incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos,
iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero,
e não se malgando e fundindo, apesar disso,
pela razão que alguém deu no parlamento,
de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar."
Guerra Junqueiro, 1896.
DE OUTROS
«Quando se exigia uma rápida e total mobilização de vontades e esforços, o senhor presidente relativo do Conselho, o chefe, estava fortemente empenhado numa campanha de salvação do seu próprio escalpe, que incluía uma espectacular reunião da comissão nacional do PS, em que os amorfos e obedientes dirigentes socialistas se deliciavam a ouvir discursos inflamados sobre escutas, indignidades, negócios escuros, boys mais ou menos imbecis e outras coisas extraordinariamente importantes para os destinos da Pátria. Por volta da uma hora da tarde, o senhor presidente relativo do Conselho, o chefe, lá se dignou proferir umas palavrinhas de circunstância sobre a tragédia da Madeira. Mas nem os mortos, feridos e desaparecidos o fizeram mudar de ideias. Rumou a toda a velocidade para o Porto, para mais um comício de apoio à sua brilhante obra e de desagravo aos ataques, campanhas negras, cabalas e outras coisas mais de que o chefe tem sido vítima. O encontro socialista começou pelas cinco da tarde e por essa altura os mortos já ultrapassavam as duas dezenas.»
António Ribeiro Ferreira
CM
domingo, 21 de fevereiro de 2010
DE OUTROS
«O primeiro-ministro, por estranho que pareça, anda em campanha no seu próprio partido. Já reuniu o Secretariado Nacional, a Comissão Nacional e o grupo parlamentar; e vai reunir a também os "companheiros de caminho" das "Novas Fronteiras". Tudo isto é mau sintoma: é o sintoma de que ele começa a perder a confiança da gente a que deve o poder. Mas, como de costume, Sócrates fez de mais. Esta despropositada reafirmação de autoridade não o fortalece. Pelo contrário, revela pública e dramaticamente a sua fraqueza. Claro que será sempre apoiado por órgãos que ele mesmo em grande parte formou e que ninguém vai dizer agora o que, de facto, pensa. Quem está contra ele, não levantará um dedo até o ver perdido. Por enquanto, espera em silêncio e segurança atrás da "lealdade" à seita: uma desculpa inatacável.»
Vasco Pulido Valente
(Público)
ÉTICA SOCRETINA
NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA
PGR MENTIU AO PARLAMENTO
Pinto Monteiro recusou ao PSD despacho, alegando que continha escutas de Sócrates. Mas estas não constam.Durante os últimos meses, o procurador-geral da República recusou (até ao grupo parlamentar do PSD) o acesso aos despacho de arquivamento ao crime de atentado contra o Estado de d ireito, alegando que os documentos continham escutas entre Armando Vara e José Sócrates, mandadas destruir pelo presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Noronha do Nascimento. E, caso as revelasse, estaria a violar a decisão de destruição. Porém, num dos despachos em causa, a que o DN teve acesso, em lado algum aparecem as conversas entre Sócrates e Vara.
DN
sábado, 20 de fevereiro de 2010
NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA
«O Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP) exigiu, em comunicado, divulgado ao início da noite desta sexta-feira, que o procurador-geral da República esclareça o que diz dizer quando afirmou que a polémica das escutas do processo ‘Face Oculta’ é um caso “meramente político”.
Na nota enviada às redacções, o SMMP, presidido por João Palma, lembra que os procuradores não actuam em função de “esquemas, armadilhas, urdiduras ou cabalas”. “Como se por detrás duma investigação que envolva a eventual responsabilidade criminal de individualidades políticas tenha sempre que estar um qualquer objectivo da mesma natureza por parte de quem investiga”, escreve o Sindicato, que constata ainda que sempre que uma investigação criminal envolve “indivíduos tidos como intocáveis” se assiste a um “rol de manobras” com o objectivo de atacar e desacreditar as magistraturas e os tribunais.
Recorde-se que Pinto Monteiro inviabilizou uma investigação ao alegado plano do Governo para controlar a comunicação social, envolvendo directamente o primeiro-ministro, e disse esta semana que o caso de trata de uma “armadilha política”.»
CM
ALTO E PÁRA O BAILE!
OBVIAMENTE, DEMITO-O
Se Manuel Alegre quer, de facto, apresentar-se como candidato de esquerda (e, já agora e no limite, como o candidato de 'todos os portugueses honrados', como se dizia 'antigamente'), não precisa de perder tempo com discursos muito elaborados sobre ética que permitem interpretações variadas. Basta que cite Humberto Delgado e diga alto e bom som:
«OBVIAMENTE, DEMITO-O.»
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
ESTÁ O QUARTEL BEM ENTREGUE
Esta jovem promessa da 'cantera' do 'menino de ouro do PS' também poderia ter dito: "Essa m... dá muitos e bons subsídios de emprego".
(E eu, na minha santa ingenuidade, a pensar que o rapaz tinha chegado a Secretário de Estado da Defesa por ter tido bom aproveitamento na recruta do Regimento de Triciclos 2...).
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
DECLARAÇÃO AOS ASININOS
DE OUTROS
«Como pode o Governo sair-se desta confusão, e como pode o PS ressarcir-se das amolgadelas que tem sofrido com insistente crueldade? Chega a ser uma falta de compaixão as sovas monumentais que ambos apanham, sem tréguas nem sossego. A situação política portuguesa é pouco decorosa. Sócrates não sai por ego, orgulho e vaidade, igualmente incomensuráveis. Mas também tem os votos a seu favor. A última sondagem, há poucos dias, é-lhe expressamente favorável. Ninguém se atreve a correr com ele, na situação em que a pátria se encontra. Quando Capoulas Santos e António Costa, lisos, formais e lacónicos, colocaram a questão singela "Porque não apresentam uma moção de confiança?", toda a oposição gelou de cobardia.»
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Baptista-Bastos
(DN)
POEMA DA 'MENTE'...
Há um Primeiro-Ministro que mente,
Mente de corpo e alma, completa/mente.
E mente de modo tão pungente
Que a gente acha que ele, mente sincera/mente,
Mas que mente, sobretudo, impune/mente...
Indecente/mente.
E mente tão habitual/mente,
Que acha que, história afora, enquanto mente,
Nos vai enganar eterna/mente...
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Anónimo
(Recebido por e-mail)
Mente de corpo e alma, completa/mente.
E mente de modo tão pungente
Que a gente acha que ele, mente sincera/mente,
Mas que mente, sobretudo, impune/mente...
Indecente/mente.
E mente tão habitual/mente,
Que acha que, história afora, enquanto mente,
Nos vai enganar eterna/mente...
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Anónimo
(Recebido por e-mail)
NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA
«Mais de dois terços dos portugueses entendem que o caso das escutas do processo ‘Face Oculta’, que envolve o primeiro-ministro num alegado plano de controlo da Comunicação Social, é de "grande" gravidade. O escândalo está, aliás, a penalizar José Sócrates que, após a divulgação das escutas entre administradores da PT, caiu nas intenções de voto dos portugueses.
Segundo a sondagem CM/Aximage, realizada no dia 13 de Fevereiro, depois da publicação das escutas pelo jornal ‘Sol’ e da polémica em torno da providência cautelar que tentou impedir a publicação das conversas, 94,2 por cento dos inquiridos admitem que já ouviram falar do caso das escutas.»
CM
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
CAMPANHA PUBLICITÁRIA
NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA
«O membro da distrital socialista do Porto, Pedro Baptista, critica José Sócrates pelo actual momento do partido, num dia em que o partido «toca a reunir».
«O partido vive, efectivamente, uma ditadura de silêncio. E o secretário-geral, com este procedimento, parece que considera o partido um rebanho com um pastor que o conduz para aqui e para acolá com os carneiros todos a balirem», lamentou, em declarações à TVI.
Pedro Baptista acusa ainda Sócrates de desrespeitar os estatutos do partido: «O secretário-geral tem de se submeter aos estatutos. Nunca estes órgãos funcionaram regularmente. A Comissão Nacional vai reunir agora, mas não reunia há um ano.»
diario.iol.pt
PIEGUICE
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
O NÁUFRAGO
Era evidente que só com lacães, lagatos, lapapagaios e outros lacaios o náufrago não se salvava. O silêncio da esquerda ajudava, como ajudava a bóia lançada, na AR, pelo bloquista Louçã, mas eram insuficientes.
Hoje, chegou, finalmente, o barco salva-vidas: o artigo de Mário Soares, no 'Diário de Notícias'.
Passada a tempestade e salvo o homem do leme, venham mais escândalos que o país já não passa sem eles.
A FÁBRICA DE LÍDERES
Diz o sr. dr. Mário Soares, no seu artigo de hoje no 'DN', que "Novos líderes políticos não se arranjam na fábrica do Bordalo".
Tem o sr. dr. toda a razão: agora arranjam-se nos programas televisivos. Os dois últimos primeiros-ministros da República dos Maraus foram fabricados, em directo, na RTP1, pelas mãos habilidosas do artesão Emídio Rangel.
LÁ COMO CÁ
O juiz Baltasar Garzón ficou mundialmente conhecido desde que, em 1990, ousou pedir a prisão de Augusto Pinochet, mais tarde acusar de genocídio a ditadura argentina, solicitar ao Conselho da Europa autorização para processar Berlusconi, criticar os Estados Unidos por detenções ilegais em Guantanamo.
Em Espanha, para além de muitas outras intervenções, destacou-se pelo envolvimento em processos contra as actividades da ETA e, desde 2008, na luta pela memória das vítimas da Guerra Civil, ao promover a investigação dos crimes do franquismo e ao ordenar a abertura de dezanove fossas espalhadas por toda a Espanha, com cadáveres de republicanos ainda hoje procurados pelas famílias.
A direita nunca lhe perdoou esta última intervenção e, quase dois anos e mil peripécias depois, Lucio Varela, juiz do Tribunal Supremo, considera que há motivos para que seja instaurado um processo a BG por este ter aberto uma causa penal contra o franquismo. O objectivo é conseguir a suspensão das suas funções.
As reacções não se fizeram esperar, entre elas a de um grupo de intelectuais (José Saramago é um deles), que lançou um Manifesto em defesa de BG, agora aberto à subscrição do público em geral. Aqui fica o texto, bem como um veemente apelo para que a ele nos juntemos, conforme expressamente pedido.
Manifesto: HEMOS CONOCIDO LA NOTICIA
Hemos conocido la noticia de las 114.266 detenciones ilegales de desaparecidos del franquismo, hombres y mujeres marginados durante muchos años del discurso oficial de nuestra democracia, que son rehabilitados ante nosotros gracias a las asociaciones para la Recuperación de la Memoria Histórica, los investigadores y familiares.
Sus vidas conmovedoras y su sacrificio a favor de la libertad y la democracia, junto a las de sus compañeros represaliados, deben ser reconocidos sin distinción por quienes se consideran sensibles y demócratas como parte inolvidable del sacrificio español del siglo XX. Les debemos reconocimiento a su esfuerzo y esperanza por un mundo mejor en los años más terribles de la historia europea.
Por ello, sin entrar en la causa “sub judice” que respetamos, es motivo de celebración el trabajo encomiable del titular del Juzgado de Instrucción número 5 de la Audiencia Nacional Baltasar Garzón de tramitar este sumario de la época franquista tras la aprobación de la Ley de Memoria histórica, por lo que implica de reparación pendiente por nuestra democracia. Por ello lamentamos el desproporcionado ataque a su labor desde ámbitos determinantes que han creado alarma en nuestra sociedad e indefensión en los demandantes.
Quienes dignificaron la democracia con la inmolación de sus vidas forman parte de uno de los capítulos más generosos de la memoria española del siglo XX y por ello no queremos permanecer impasibles ante la evidencia de este crimen contra la humanidad que se perpetró contra ellos en nombre de un Estado golpista, ni ante las maniobras para separar del Juzgado competente este caso.
Si quieres apoyar este manifiesto envía tus datos personales a esta dirección de correo electrónico.
hemosconocidolanoticia@gmail.com
PROMOTORES DEL MANIFIESTO:
• ERNESTO SABATO
• ANTONIO GAMONEDA
• JOSE SARAMAGO
• JUAN GOYTISOLO
• JOSE MANUEL CABALLERO BONALD
• JOSE LUIS SAMPEDRO
• EMILIO LLEDÓ
• PACO IBÁÑEZ
• JOSÉ VIDAL BENEYTO
• IAM GIBSON
• BERNABÉ LÓPEZ GARCÍA
• CRISTINA ALMEIDA
• MANUEL RIVAS
• JORDI DAUDER
• JUAN CARLOS MESTRE
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• MIGUEL GARCÍA POSADA
• MARIA BARRANCO
• SANTIAGO DE CÓRDOBA
• MATÍAS ALONSO
• PILAR BARDEM
APOYA IGUALMENTE
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(Transcrito do blogue 'Caminhos da Memória')
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
JÁ NÃO ERA SEM TEMPO
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