sábado, 31 de outubro de 2009

NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA


DE OUTROS


«Só sei, como sabe, ou desconfia, a maioria dos portugueses, que o regime se tornou numa enorme rede de corrupção. E não tenho a menor dúvida sobre a maneira como na prática isso aconteceu.

Basta imaginar a carreira típica de um corrupto. Começou por se inscrever num partido (no PS ou no PSD, evidentemente). Ou tinha influência, própria ou da família, ou conseguiu arranjar um "protector" (um empresário, um advogado, alguém com prestígio ou com dinheiro) para se promover a presidente da concelhia ou a qualquer cargo de importância. Daí passou para a administração central, para a Câmara do sítio ou, com muita sorte, para uma empresa pública. Com o tempo chegou a uma situação em que podia "pagar" os "favores" que até ali recebera e fazer novos "favores", em que já participava como sócio. Entretanto conhecia mais gente e alargava pouco a pouco os seus "negócios". Se punha o pé fora da legalidade, punha com cuidado, bem protegido por amigos de confiança e pretextos plausíveis.

Um dia, por fidelidade ao chefe, "trabalho" no partido (financiamento directo ou indirecto) e recomendação de interesses "nacionais", foi chamado ao governo: a secretário de Estado, normalmente. No governo, proibiu ou permitiu conforme lhe convinha ou lhe mandavam e convenceu outro secretário de Estado ou mesmo um ministro mais "versado" ou "ingénuo" a colaborar na sua "obra". Torcendo um regra aqui, explorando uma ambiguidade ali, a sua reputação cresceu. Não precisava agora de se mexer. Era, como se diz no calão da tribo, um "facilitador". A iniciativa privada gostava dele, o "sector público" gostava dele, o alto funcionalismo (a quem, de quando em quando, dava uma gorjeta) gostava dele. Ninguém lhe tocava. O corrupto ascendia à respeitabilidade. E anda, por aí, no meio de nós.»

Vasco Pulido Valente

Público


VARADAS


«Vale tudo para enriquecer de qualquer maneira e depressa, sem critério. Isto dito de uma maneira elegante é uma percepção do materialista muito ordinária da sociedade portuguesa. É uma golpadazeca do ordinareco, o que faz umas jogadas, umas burlas, umas corrupções, umas porcarias.»
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Ernâni Lopes
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SIC-NOTÍCIAS

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

PERGUNTAR NÃO OFENDE


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Vítor Constâncio estará a tratar da 'Prova de Vida' ou da 'Certidão de Óbito?

NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA


AVANCEMOS


«ESTOU A FAZER O QUE GOSTO, DE LIVRE VONTADE E NÃO LIGO AO QUE OS OUTROS PENSAM, SE NÃO O PAÍS NÃO AVANÇA»
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ERICA FONTES
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CM

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

MILLENNIUM



Quem não quiser ler as quase duas mil páginas da trilogia Millennium, de Stieg Larsson, bem pode ler as manchetes dos jornais portugueses de hoje.

U2 EM BERLIM


ESMIUÇAR A CUECA


NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA


INTERVALO PARA PUBLICIDADE


quarta-feira, 28 de outubro de 2009

UM IMENSO ADEUS


A Angústia
num rasgo apoteótico e puro
condena-me à morte.
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Resignadamente
escrevo o poema do sangue
na tábua da ausência.
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Pego serenamente no revólver do silêncio
e com poesia nas mãos
abro o ventre dos deuses.
Avivo o azul-cinza no meu cérebro exaltado.
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Numa distância sem tempo
musas cantam a misericórdia dos astros.
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E o gesto...
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Não passa dum gesto.
Morre na espuma do medo.

NOVAS OPORTUNIDADES


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«ACTORES PORNO PRECISAM-SE! CASTINGS EM LISBOA»
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«I»

terça-feira, 27 de outubro de 2009

CONVITE


Os convites à leitura feitos nestes termos são eficientes. E eu gosto:
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«Bolaño, Bolaño, Bolaño: meu filho da puta, meu cabrão, meu génio.»
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José Mário Silva
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Blogue 'Bibliotecário de Babel'

UM IMENSO ADEUS


«El juego y la equivocación son la venda y son el impulso de los escritores menores. También: son la promesa de su felicidad futura. Un bosque que crece a una velocidad vertiginosa, un bosque al que nadie le pone freno, ni siquiera las Academias, al contrario, las Academias se encargan de que crezca sin problemas, y los empresarios y las universidades (criaderos de atorrantes), y las oficinas estatales y los mecenas y las asociaciones culturales y las declamadoras de poesía, todos contribuyen a que el bosque crezca y oculte lo que tiene que ocultar, todos contribuyen a que el bosque reproduzca lo que tiene que reproducir, puesto que es inevitable que así lo haga, pero sin revelar nunca qué es aquello que reproduce, aquello que mansamente refleja.
Un plagio, se dirá usted? Sí, un plagio, en el sentido en que toda obra menor, toda obra salida de la pluma de un escritor menor, no puede ser sino un plagio de cualquier obra maestra. La pequeña diferencia es que aquí hablamos de un plagio consentido. Un plagio que es un camuflaje que es una pieza en un escenário abigarrado que es una charada que probablemente nos conduzca al vacío.»

DE OUTROS

«Portugal é o país dos achadores. Toda a gente acha. Liga-se a televisão e ouve-se toda a gente a achar.»
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Medina Carreira
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(Expresso)

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

DINAMIZAÇÃO CULTURAL


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Confirma-se (e a imagem documenta-o). Já se nota mais dinamismo na área da Cultura:
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SALÃO ERÓTICO DE LISBOA DE 30 DE OUTUBRO A 1 DE NOVEMBRO NA FIL.

TANGO SOUSA LARA


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Pelos vistos, ainda não foi descoberta a vacina contra o sousalarismo e a contaminação já chegou à Argentina: Diego Armando Maradona será o representante cultural do país na Feira do Livro de Frankfurt, em 2010.
Pois que «la chupen», enquanto se espera que Ernesto Sabato assuma o cargo de seleccionador e dirija a equipa nacional argentina no mundial de futebol, na África do Sul. Em 2010, precisamente.

NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA


«Garanto que em Portugal temos uma pobreza estruturada acima dos 40%»
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FERNANDO NOBRE
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«I»

'A'


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Vai por aí uma estranha polémica só porque as autoridades de Saúde consideram os deputados da Nação como grupo prioritário, na campanha de vacinação contra a «Gripe 'A'».
Esquecem os contestatários que «Gripe 'A'» é apenas o pseudónimo de «Gripe Suína»...

domingo, 25 de outubro de 2009

AS PALAVRAS SÃO DE ÁGUA


DOS CAFÉS, DA POESIA, DO EDUARDO ALEIXO
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Hoje não se nota, mas por aqueles tempos - em outro século e em outro milénio, até - nos anos de 1900 e lá vai fumaça (expressão descaradamente roubada ao Chico Buarque de 'Leite Derramado') eu era muito mais novo que o Eduardo Aleixo. Ainda só tinha um tímido buço e já o Eduardo passeava pelos corredores do Liceu, pelas ruas da nem sempre pacata cidade de Beja, só ou integrando ruidosas troupes académicas, e pelos cafés das tertúlias, a sua imponente bigodaça (negra, então) que seduzia o povo feminino do Liceu e adjacências e intimidava os lusitos da Mocidade Portuguesa.
Certo dia em que o meu buço me pareceu mais espesso, entrei na pastelaria 'Bambina', poiso de estudantada e de ociosos diversos para, em pose de mancebo pretensioso, tomar um 'Pirolito' (para os mais novos, um dado biográfico: o 'Pirolito' foi o pai da gasosa e avô da 'Seven Up') e fumar um cigarrinho 'Português Suave' (sem filtro!) que, minutos antes, tinha comprado por dois tostões no café do Zé Alho. E foi então que ouvi o empregado de mesa berrar para o balcão: «Saem quatro bagaços para a mesa dos poetas subversivos!». Olhei. E quem vi? O Eduardo, o Casimiro, o Arlindo e o Belard.
(Aqui, uma confissão tardia: aquilo dos 'bagaços' e dos 'poetas subversivos' impressionou-me tão favoravelmente que, a partir desse dia, troquei os 'pirolitos' pelos bagaços e tentei, mesmo, a poesia. E, se para esta o meu jeito se mostrou aleijadinho logo no primeiro verso, já no bagaço entrei com muita facilidade e cheguei a ter o estatuto de generoso consumidor).
Bem, 'andiamo':
Os poetas, pois. Marquei-os. Até hoje. Mas fiquemos pelo Eduardo. Reencontrei-o, passados anos - posso precisar o dia: 1º de Maio de 1969 -, no Rossio, mesmo em frente do café 'Gelo', e, depois de umas chouriçadas da polícia de choque, decilitrámos uns bagaços no café 'Palladium' e falámos, demoradamente, de poesia subversiva e do suplemento 'Juvenil' do 'Diário de Lisboa' onde ele colaborava.
A vida, ou mais exactamente a vidinha, com as suas guerreiras áfricas e ásias pacíficas encarregou-se das nossas andanças por estradas e veredas não coincidentes e a conversa interrompida à hora do fecho do café 'Palladium' só foi retomada em 2008, quando o Belard conseguiu reunir, à volta de uma mesa do café 'Nicola' (o Bocage, lembram-se?) os poetas subversivos, agora já ex-bagaceiros, mas sempre poetas, com o 'ex-piroliteiro' da bejense pastelaria 'Bambina', convertido pela idade em branqueado barbudo e consumidor de 'Água das Pedras', mas sempre fiel amante de poesia.
(Se é que não repararam, faço notar que há por aqui duas constantes que acompanharam uma geração: a poesia e os cafés - a 'Bambina', o 'Gelo', o 'Palladium', o 'Nicola').
E a conversa chegou, rápida e inevitavelmente, à poesia, ao blogue 'À Beira de Água' onde, em suporte digital (cibernices, modernices...), o Eduardo ia - e vai - finalmente, publicando as conversas com as musas que durante dezenas de anos apenas circularam clandestinamente por debaixo de olhos amigos (poucos, muito poucos, ao que sei).
Então, e só então, tomei contacto com a produção literária do Eduardo Aleixo. É verdade. Mais de quarenta anos depois da inconfidência do criado (era assim que se dizia) da 'Bambina' e do meu último 'pirolito'.
«Já me lixaste» (mas em português latrinário - vocês sabem o que eu quero dizer) foi a minha resposta ao convite do Eduardo para apresentar «As Palavras São de Água». Mas a amizade é um posto e aqui me têm na função e disposto a dizer-vos tudo, mas mesmo tudo, sobre a poesia do Eduardo Aleixo. Preparem-se para o discurso essencial: GOSTO. GOSTO E RECOMENDO. Disse.
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Quantas vezes nasci?
Quantas vezes morri?
Por que países nunca vistos
Semeei o meu silêncio,
O meu olhar de espanto?
Toca, Vivaldi,
Enquanto me lembro,
Sem esforço em me lembrar,
Quantas vezes comecei a minha vida,
Olhando para o mar...
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É um excerto do poema «Mas Toca Vivaldi».
E mais não digo. O resto perceberão com a leitura do livro.
Obrigado. E um gesto final: dá cá um abraço, Eduardo.
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(Texto lido na sessão de lançamento de «As Palavras São de Água»)

NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA


«Conhecem a personalidade do primeiro-ministro e sabem que estas coisas não passam facilmente. As coisas tornaram-se muito complicadas quando ele quis que não se publicasse a investigação sobre a licenciatura na Universidade Independente.»
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José Manuel Fernandes
(Expresso)

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

GABRIELA



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NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA


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«ARGUIDO DO CASO FREEPORT DECLARA QUE UM RESPONSÁVEL POLÍTICO RECEBEU 750 MIL EUROS»
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'SOL'

CATEDRAL OU LUGAR DE MASSACRE?


O ESPANTOSO CASO DE AUGUSTO ERNESTO, O MINISTRO


São raros, mas há casos assim. Há quem diga que é o destino, que é modo popular de dizer que é por vontade de deus.
E será por vontade de deus que Augusto Ernesto é ministro mas vive na ansiedade de saber de que pasta. É que pode ser da Educação ou da Cultura, dos Assuntos Parlamentares ou da Defesa. E pode, mesmo, corridas todas as pastas, vir, um dia, a ser Ministro Sem Pasta. Assim se mantenham a divina vontade, a socretina ratificação e a virtuosa inclinação de Augusto Ernesto para a arte do malhanço.
Que deus seja louvado! Que o diabo vista Prada! Que Augusto Ernesto seja empossado! Que se preparem as tropas!
Ámen.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

O FÚFIO


Atenção, o fúfio volta a atacar:
«António Sousa Lara garante que se estivesse actualmente no Governo voltava a vetar o novo livro de José Saramago, Caim. O antigo sub-secretário de Estado da Cultura que, em 1992, impediu que o livro O Evangelho Segundo Jesus Cristo concorresse ao Prémio Literário Europeu, garante que repetiria a decisão.»
.RCP

UM IMENSO ADEUS


«Com o declínio do poder clerical no século XVIII, surgiu uma nova espécie de mentor para preencher o vazio que ficara e capturar as atenções da sociedade. O intelectual secular podia ser deísta, céptico ou ateu, mas estava tão preparado quanto qualquer pontífice ou presbítero para ensinar à humanidade a melhor forma de resolver os seus assuntos. Proclamava, desde o princípio, uma especial devoção pelos interesses da humanidade e um dever evangélico de a fazer progredir mediante os seus ensinamentos. Imprimiu a essa sua tarefa auto-imposta uma abordagem bastante mais radical do que os seus antecessores clericais. Não se sentia limitado pela estrutura de uma qualquer religião revelada. A sabedoria colectiva do passado, o legado da tradição, os códigos prescritivos de uma experiência ancestral existiam para serem selectivamente seguidos ou completamente rejeitados, conforme aquilo que o seu próprio bom senso lhe ditasse.»

NOTÍCIAS DA EURO-PIOLHEIRA


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«Sílvio Berlusconi conseguiu ontem escapar por uma unha negra a uma crítica do Parlamento Europeu (PE) às interferências na liberdade de imprensa de que é acusado em Itália, no quadro de uma votação tumultuosa que chegou a envolver referências a Manuela Moura Guedes e à TVI.»
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Público

NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA


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«Petição dirigida aos deputados para 'repor' Ponte Salazar.»
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DN

40 ANOS


quarta-feira, 21 de outubro de 2009

PRÉMIO BALDE


«Saramago devia renunciar à nacionalidade portuguesa.»
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Mário David (Quem?)
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Eurodeputado do PSD
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SAI UM BALDE PARA O SR. EURODEPUTADO!

VALHA-NOS DEUS


Um, António Lobo Antunes, julga-se o eleito por Ele: «Creio firmemente que, nos livros que escrevo, é Ele que guia a minha mão e não passo de um instrumento da Sua vontade» (Visão).
Outro, José Saramago, quer matá-Lo: «Apenas digo que o mal maior não é o homem ter criado deus, é ter-se escravizado a ele depois de o criar» (JL).
Quer-me parecer que estes dois íntimos de Deus deviam pedir ao Senhor uma dose suplementar de paciência para a Humanidade ,de modo a que esta possa continuar a aturá-los por muitos e bons anos.
Pela minha parte, quero apenas que o Caim monte um desses cavalos que fazem sombra no mar e me desampare a loja.

GENTE PERIGOSA


A tribo do futebol é perigosa.
A mistura de 'hooligans' do futebol com 'hooligans' da política é letal.
Sabemos todos, mas assobiamos para o lado e o circo continua.
Ontem, o presidente da Federação de futebol, o célebre doutor Madaíl, e o Secretário de Estado dos Desportos (cujo nome não fixei) apresentaram a candidatura de Portugal à organização do campeonato mundial de 2018, em conjunto com a Espanha. Até aqui tudo bem.
Acontece, porém, que, para o sucesso do 'evento', já se fala na necessidade de 'investimentos' em, pelo menos, dois estádios - de Braga e do Algarve - apetrechando-os com mais 12.000 lugares!
Vai sendo altura de nós, pagantes da construção e manutenção dos elefantes brancos de Aveiro, Coimbra, Leiria e Algarve, perguntarmos por que razão essa gente continua a delapidar recursos públicos em vez de ir trabalhar como as pessoas...

terça-feira, 20 de outubro de 2009

PASSOS


...Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
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José Régio
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(Cântico Negro)
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Fotografia:
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ANA MESTRE

DIA DE CONFISSÕES


Ateu relapso e contumaz, aqui me têm hoje para a confissão de três pecadilhos:
1 - Tenho em casa, em lugar discreto na estante dos livros inúteis, uma Bíblia, oferta de uma amiga beata confessa e grande admiradora de D. Júlio Tavares Rebimbas (bispo do Porto), à saúde de quem, aliás, trocámos muitos tchim-tchins com cálices de generosas doses de licor de amêndoa amarga.
2 - Fiz uma única tentativa para me iniciar em santas leituras. Foi num quarto de hotel, no Porto, onde alguém, eventualmente preocupado com a salvação da minha alma, deixou uma Bíblia na mesa de cabeceira. Desisti a meio do segundo parágrafo.
3 - Quando recebo crianças em casa, escondo os medicamentos, ponho os insecticidas, pesticidas e detergentes em lugares inacessíveis, tapo as tomadas de corrente eléctrica, vigio-lhes os passos e os pequenos gestos, mas tenho descurado a questão dos livros perigosos. Vou rectificar. Prometo.

NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA

«Um fax trocado em 2001 entre administradores do Freeport, em Inglaterra, refere o recurso ao pagamento de 'luvas' no valor de 2 milhões de libras (3,2 milhões de euros na altura).»
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DN

NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA


JOSÉ SÓCRATES VOLTA A PERDER EM TRIBUNAL
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Primeiro-ministro queria levar a julgamento colunista do DN, mas juiz de instrução criminal de Lisboa arquivou, pela segunda vez, o caso.
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DN

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

TRISTEZA


«Como pode alguém ter em casa, à mão de uma criança, esse livro?».
A frase, dita por Saramago referindo-se à Bíblia, podia, perfeitamente, ser atribuída a um tal Sousa Lara, referindo-se ao 'Evangelho Segundo Jesus Cristo'.
Mas há um 'porém': vinda de um abstruso sub-secretário de Estado da Koltura da dupla Santana-Cavaco, tomamo-la como uma flatulência. Dita por um 'Nobel' da literatura é uma indesculpável monstruosidade.

O RETORNO PARA A ECONOMIA



Este estádio, em Aveiro, construído para o Euro-2004 (tal como os de Leiria e Algarve) com o nosso rico dinheirinho, está transformado num paraíso para as moscas e já se admite a possibilidade da sua implosão!...
Tenho tentado, em vão, recordar-me do nome do ministro com a responsabilidade do Desporto, no governo de António Guterres, que apresentou e defendeu a candidatura de Portugal ao Euro-2004 e que, ainda não há muito tempo, dizia em entrevista: «Não há dúvida de que o Euro-2004 superou todas as expectativas. Mas já na altura, quando nos candidatámos, tínhamos dois objectivos precisos: o primeiro era fazer a renovação dos nossos estádios com um retorno significativo para a nossa economia; o segundo era projectar internacionalmente Portugal como um país ambicioso, moderno e capaz.»
Há por aí alguém que me ajude a lembrar o nome do vidente?

A GARGALHADA DO DIA


«Aos ganhadores como Cavaco Silva perdoa-se sempre.»
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Luís Filipe Menezes
"I"

A FAVA


Vem nos livros: pode-se enganar todo o povo algum tempo, pode-se enganar parte do povo todo o tempo, mas não se pode enganar todo o povo todo o tempo (Abraham Lincoln).
Leio no 'Jornal de Negócios' que «pela primeira vez em muitos anos, a actuação de um Presidente da República é avaliada negativamente pelos portugueses».
E exclamo (baixinho, por causa das escutas): chiça! Já não era sem tempo!

domingo, 18 de outubro de 2009

VENHAM MAIS CINCO


UM IMENSO ADEUS


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«Não me indigno, porque a indignação é para os fortes; não me resigno, porque a resignação é para os nobres; não me calo, porque o silêncio é para os grandes. E eu não sou forte, nem nobre, nem grande. Sofro e sonho. Queixo-me porque sou fraco»

NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA


«Submarinos só têm um ano de garantia»
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CM
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«Apesar da burla, o Estado dificilmente conseguirá anular compra de submarinos»
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Público

sábado, 17 de outubro de 2009

DIA EUROPEU DA DEPRESSÃO


NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA


«A fiscalização do Estado na montagem e gestão dos projectos de contrapartidas devidas pela compra dos submarinos alemães falhou nos momentos determinantes do processo. É o que se retira do teor da acusação do Ministério Público (MP) e do respectivo relatório pericial, contra os sete gestores portugueses e os três alemães acusados de burla qualificada e falsificação de documentos.»
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Público

sexta-feira, 16 de outubro de 2009