sábado, 21 de agosto de 2021

Graciano, um turista acidental

Daniel Oliveira critica o "embaraçoso desconhecimento" de Nuno Graciano sobre a cidade de Lisboa e sobre o cargo de presidente da autarquia, lugar ao qual se candidata pelo Chega. Para o comentador, Graciano "não é um candidato relevante" e diz ser "impressionante como Graciano não tem nada a dizer sobre uma cidade que não conhece, um programa que não tem, um cargo que não faz ideia para que serve".

No espaço de opinião semanal que ocupa na TSF, Daniel Oliveira sublinha que "já todos ouvimos políticos que são geradores automáticos de lero-lero, capazes de falar uma hora sem dizer coisa alguma", mas desafia os ouvintes da TSF a visitarem o site da rádio "e a ouvirem e lerem a entrevista que Nuno Graciano deu a Filipe Santa-Bárbara (da TSF) e a João Pedro Henriques (do Diário de Notícias)".

"Já todos ouvimos entrevistas vazias, mas esta está para lá de Marraquexe... ou de Lisboa, o que para ele [Nuno Graciano] é exatamente o mesmo", sustenta.

Ao longo do seu comentário semanal, o jornalista assinala os exemplos da ignorância do candidato à Câmara de Lisboa sobre a cidade: "Como sabemos pelos seus cartazes, a corrupção é o centro da sua campanha. Contra a corrupção exige políticas claras. Perguntam-lhe quais. 'Políticas de claridade', responde. 'Que os dossiês não estejam fechados.' Mas quais dossiês? 'Os dossiês'."

"A corrupção preocupa-o imenso, insiste. Tanto que, quando lhe pedem casos concretos no concelho de Lisboa, não se lembra de nenhum, nem sequer se lembra da suspeita sobre um ex-vereador que até levou, muito recentemente, a buscas na Câmara Municipal de Lisboa", acrescenta.

O comentador sublinha que "nem para fazer populismo, Nuno Graciano faz o trabalho de casa" e lembra que, para não, não precisava de muito: "bastava ler os jornais". Daniel Oliveira acrescenta que Nuno Graciano "diz que ainda está a estudar e a confirmar casos", mas o cronista recorda, contudo, que "estes são notícia há mais de quatro anos".

"A cidade tem muitos problemas e precisa de um abanão, afirma [Nuno Graciano], seguro. 'Quais são os problemas?', perguntam-lhe os jornalistas. Nuno Graciano tem resposta rápida e cirúrgica: são vários. E explica que está agora a tomar conhecimento da cidade. E achou que a melhor forma de conhecer Lisboa era candidatar-se a dirigi-la. Vou tentar fazer o mesmo com Nova Iorque ou Paris. Em vez de fazer turismo, candidato-me à presidência da Câmara. Apesar de tudo, as campanhas sempre têm visitas guiadas", ironiza o comentador.

TSF