Onde param os admiradores portugueses de Bolsonaro?
Tudo se passou há menos de dois anos. Paulo Portas1, já comentador, não via nada "eticamente reprovável" em Bolsonaro e considerava exageradas as acusações de ultraliberalismo. Nuno Melo2, sempre enraivecido, desdobrou-se na defesa de Bolsonaro. Assunção Cristas3 não via diferenças entre o candidato democrático Haddad e este extremista de Direita. Santana Lopes4 chegou ao ponto de escrever-lhe uma carta de felicitações pela eleição. Carlos Peixoto5, deputado do PSD, estava certo que o exercício do poder levaria Bolsonaro "à moderação e ao pragmatismo". Luís Nobre Guedes6, do CDS, declarou que, se pudesse, votaria nele. André Ventura7, do Chega, encantava-se com "essa frescura de pensamento que os liberais ocidentais podiam aprender com Bolsonaro".
Mariana Mortágua
6.5.2020