Quis o inocente senhor civilizar a linguagem dos militares, impondo, por directiva, o português de salão em substituição do linguajar de estrebaria. Como era de esperar, caiu o Carmo e a Trindade. Oficiais e sargentos reagiram em termos ameaçadores, e o senhor ministro recuou. Fez bem. Como é que os militares iriam explicar aos instruendos, em linguagem civilizada, que em posição de sentido "não mexe, nem que lhe passem um caralho pelos beiços", como me ensinaram na nobre Escola Prática de Infantaria?
domingo, 4 de outubro de 2020
VIVA O BOM PORTUGUÊS DE ESTREBARIA
O antecessor de Gomes Cravinho, no Ministério da Defesa, não sabia o que era um paiol. O actual ministro, talvez acreditando que a tropa é uma "escola de cidadania avançada", como pretende o triste poeta Alegre, não sabe que a "cultura castrense" cultiva a linguagem casernícola do palavrão, como os embaixadores cultivam as boas maneiras.