quinta-feira, 8 de outubro de 2020

MENTE DE GENOCIDA

Aquela figura caricata, [Trump] que parece sempre estar aos ombros de si próprio, onde quer que esteja, que se acha "o máximo" e não mede o ridículo de afirmá-lo, protagoniza um arremedo de presidente que tinha o condão de, ao irritar-me, simultaneamente me divertir.

(...) 

Na noite de segunda-feira, porém, parei de sorrir, por completo. Quando vi Trump chegar à Casa Branca e tirar, quase com violência, a máscara, metê-la no bolso com um ar de desprezo, num gesto - vou usar a palavra, porque é essa - criminoso, enviando um sinal para a morte a muitos seguidores, pensei que não tenho, afinal, o direito a usufruir de um olhar lúdico sobre uma personagem que, na sua irresponsabilidade arrogante, encarna o pior que a política nos pode trazer de maléfico.

Francisco Seixas da Costa 

JN