A direita à procura de um líder
Os organizadores do segundo congresso do Movimento Europa e Liberdade, que começa esta terça-feira, querem refundar a direita e influenciar os partidos numa alternativa ao “socialismo radical”. Mas falta-lhes um chefe
Adireita, quando tem chefe, sabe quem é. Quando não tem, é um desastre.” A frase é de um dos participantes na segunda convenção do Movimento Europa e Liberdade (MEL), que se reúne em Lisboa terça e quarta-feira para debater “a tragédia do passado e a necessidade de refundação” e diz bem do que mais atormenta o centro-direita em Portugal: quem é o rosto capaz de refundar um projeto deste espaço
Líderes desta área política não vão faltar na Culturgest. O MEL assume no texto que preparou para os participantes que quer “influenciar os partidos” e não será por acaso que o ‘programa das festas’ repete a fórmula da primeira convenção de há um ano: um dirigente do CDS a abrir (neste caso será o novo líder do partido, Francisco Rodrigues dos Santos) e um dirigente do PSD a fechar (Rui Rio declinou o convite mas delegou em Paulo Mota Pinto, presidente da Mesa do Congresso do PSD). Também foram convidados e vão estar presentes os líderes do Iniciativa Liberal, do Chega e do Aliança. E, líderes à parte, há vários protagonistas do PSD e do CDS que constam do programa, desde Paulo Portas (que falará sobre os desafios da globalização, da desglobalização e de Portugal, e promete nada dizer sobre a direita) até Miguel Morgado (defensor da linha liberal dentro do PSD e que não afasta uma futura candidatura à liderança do partido), passando por Joaquim Sarmento (o ‘Centeno de Rio’, que falará do Estado regulador) ou por Miguel Poiares Maduro (ex-ministro de Pedro Passos Coelho, que é suposto falar do Estado que se deixou capturar pelos interesses).
Expresso