sábado, 12 de outubro de 2019

CHEGA!

Em Elvas, o Chega “recolheu o ódio da população” contra os ciganos e ganhou votos

Dados da PSP de Elvas mostram que não há mais ciganos a cometer crimes do que não-ciganos. Mas na cidade onde vivem centenas de ciganos os preconceitos estão bem vivos. Uma das suas freguesias teve a maior taxa de votantes no Chega acima dos 100 votos e muitos explicam-nos com a ciganofobia. Ele “recolhe o ódio da população” para captar votos, diz um mediador cigano. Há quem tema que o Chega vá agora para Elvas “provocar ciganos para legitimar” o seu discurso.
Público (11 de outubro 2019)

Memorial ao Holocausto dos ciganos já existe mas discriminação continua

É um pequeno lago no Parque de Tiergarten, no centro de Berlim, ao lado do Parlamento alemão, de águas escuras como o passado que evoca. No centro ergue-se uma única flor, solitária, uma testemunha da desolação que o primeiro memorial ao Holocausto dos ciganos na II Guerra Mundial quer evocar. "A homenagem às vítimas pressupõe também uma promessa, a de proteger uma minoria, um dever de hoje e de amanhã", afirmou Angela Merkel ontem, ao inaugurar o monumento, perante sobreviventes dos campos de concentração nazis.

"Este monumento recorda-nos um povo que durante muito tempo esteve esquecido", disse a chanceler alemã. Na verdade, só em 1982 a República Federal Alemã reconheceu oficialmente o genocídio de pelo menos meio milhão de ciganos nos campos de concentração nazis. O gesto do então chanceler Helmut Schmidt só teve novo fôlego passados 15 anos, em 1997, quando o Presidente Roman Herzog sublinhou, pela primeira vez, que o genocídio dos ciganos nos campos de morte nazis teve as mesmas motivações racistas e desejo de extermínio que moveram os nazis contra os judeus.

Os ciganos foram enviados para campos de trabalhos forçados e, a partir de 1934, sujeitos a esterilizações forçadas, ao abrigo das leis de "pureza racial" nazis. Nos campos de morte, usavam uniformes com um "Z" de Zigeuner (cigano).

Público (25 outubro 2012)