Marisa Matias é euro-deputada com o meu voto. Se quiserem, é a 'minha' euro-deputada. Votei nela pelo programa político que defendia, pela sua inteligência e pela sua combatividade. E só não votei nela nas últimas eleições porque eu queria eleger um presidente da República de esquerda e a Marisa tinha como missão alargar fronteiras no espaço à esquerda, duas questões substancialmente diferentes.
Posto isto, que é o essencial, posso acrescentar, sem ponta de machismo: a Marisa é muito gira, simpática, mostra afectividade no contacto com as pessoas e tem uma voz esforçada e quente que quadra bem com um discurso mobilizador. Não é um piropo, é uma evidência. E como o voto é secreto e as razões do voto também, é possível que uns tenham votado nela por razões políticas e outros o tenham feito por razões estéticas. E qual é o mal?
Não compreendo por isso a agitação que por aí vai só por que o tio Jerónimo a acha 'engraçadinha'. A Angela Merkel, há quatro anos, disse o mesmo do Passos Coelho e ninguém se indignou...