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DE OUTROS
Não há, pois, volta a dar: Sócrates está no centro da campanha. Porque os media querem, porque a coligação quer e, como a revelação, ontem, de uma foto no interior da casa tornou inegável, ele quer. É, naturalmente, compreensível que Sócrates queira dar largas à sua alegria por ter saído da prisão - apesar de continuar preso, em casa pode ter quase a ilusão de estar livre. É, naturalmente, compreensível que queira desforrar-se do black out forçado e demonstrar no sorriso e na cabeça erguida que não está derrotado. É natural e compreensível que queira defender-se. Tudo isso é natural e compreensível e humano. Mas custa mesmo assim a perceber que não entenda o momento em que está. Que não perceba que cada minuto em que ocupa e procura a ribalta é um minuto perdido para a seriedade do debate político e - considerá-lo-á injusto mas é assim - um minuto da campanha negra da coligação. Falta menos de um mês para 4 de outubro. Quanto ao reality show, infelizmente, nada a fazer, mas teremos mesmo de levar com um ex-PM como seu participante eufórico?
Fernanda Câncio
DN