sexta-feira, 27 de junho de 2014

ATENÇÃO! ELES ESTÃO A SAIR DO ARMÁRIO

Basta ouvi-lo discretear naquele estilo afectado de 'tio' do velho bairro de Benfica ou vê-lo passear, na Praia das Maçãs, em pose napoleónica, para facilmente se perceber que a vaidade da criatura tem a dimensão do Portugal de Salazar - vai do Minho a Timor.
Com uma carreira brilhante na área das neuro-ciências, acrescentou ao curriculum a ilustre nota de mandatário nacional de Aníbal António, o Cavaco, e, por arrasto, o nobre título de Conselheiro de Estado, nomeado pelo reaccionário vagal.
Recém-reformado da função pública, resolveu ocupar o tempo com o restauro cuidado e em tons cor-se-rosa dos quadros da vergonhosa história do Estado Novo. E, do alto da cátedra a que está habituado, falou e disse: Dizer que havia uma opressão intelectual é injusto. Não é verdade.
Traçado o perfil breve, importa avançar com o nome do figurão: João Lobo Antunes.
Recomendar ao Antunes a leitura das dezenas de livros e milhares de documentos que por aí circulam e que atestam as perseguições, as prisões, as torturas (e até a morte - lembro-me de Dias Coelho) a que estiveram sujeitos centenas de intelectuais  conduzidas pelos serventuários do 'Estado Novo', do 'Antigo Regime' (como gostam de chamar ao fascismo português todos os que, pela sua baixeza e venalidade, conviveram pacificamente com ele e os que, hoje, se encarregam do seu embelezamento) seria gastar cera com um ruim defunto.
Para o Antunes, e com recurso a Almada Negreiros, apenas uma última e fatal palavra: Pim!