Nova exposição no Museu Gulbenkian
TAREFAS INFINITAS. QUANDO A ARTE E O LIVRO SE ILIMITAM
De 20 julho a 21 outubro
No Dia do Fundador, 20 de Julho, abre ao público, no Museu Gulbenkian, uma exposição singular que remete para o diálogo infinito que a arte e o livro travam há séculos.
Organizada pelo Museu, em colaboração com a Biblioteca de Arte e com curadoria de Paulo Pires do Vale, a mostra pretende pensar o modo como a arte e o livro se põe mutuamente à prova. O título remete para a resposta possível: o livro e a obra de arte apresentam-se como Tarefas Infinitas desenvolvidas num horizonte aberto sem fim.
O ponto de partida são as coleções do Museu Gulbenkian e da Biblioteca de Arte, instituições perpetuadoras da tarefa de colecionador do seu fundador, que procurou, investigou e adquiriu obras de arte e livros excecionais, não apenas pelo seu conteúdo informativo, mas pela sua beleza e criatividade artística.
Ao longo do percurso expositivo, livros iluminados medievais surgem em diálogo com livros de artista contemporâneos, livros ilustrados do século XVII são exibidos junto a livros conceptuais do século XX e livros de horas confrontam-se com livros futuristas e livros de poesia visual. Pontes improváveis que fazem conviver lado a lado, por exemplo, um conjunto de caixas de ferro onde o artista Rui Chafes guarda cinzas de textos que escreve, com um Apocalipse iluminado século XIII, que mostra a fogueira onde padecerão os condenados do Juízo Final.
A exposição propõe, assim, uma reflexão sobre os limites, permanentemente provocados e reconfigurados, da arte e do livro por vir. O livro é mostrado enquanto laboratório de experiências estéticas e artísticas, interrogando e alargando também a nossa conceção “segura” e tradicional de livro: será este objeto ainda um livro? Será uma obra de arte?
Serão exibidas obras e livros de artistas como Amadeo de Souza-Cardoso, Ana Hatherly, Vieira da Silva, Lurdes Castro, Alberto Carneiro, Fernando Calhau, Ed Ruscha, Filippo Marinetti, Stéphane Mallarmé, Jean-Luc Godard, William Kentridge, Gordon Matta-Clark, Lawrence Weiner, Bas Jan Adar, Diogo Pimentão, José Escada, John Latham, Robert Filliou, Christian Boltanski e Olafur Eliasson, entre muitos outros.
Fernanda Fragateiro e Hugo Canoilas – com Atlas Projectos – foram convidados para fazerem uma obra especificamente para a exposição.
Um especial destaque para a participação de Seth Siegelaub, galerista e editor ligado ao movimento da arte conceptual que marcou a cena artística norte-americana da segunda metade do século XX. Como curador independente, criou projetos de exposições coletivas que apenas tiveram existência em catálogo, isto é, a exposição era o próprio catálogo onde se reuniam obras de artistas como Carl Andre, Robert Barry e Lawrence Weiner, entre outros. Para além de estar representado com três obras nesta mostra, Siegelaub virá à Fundação proferir uma conferência no dia 19 de setembro.
No dia 17 de outubro será a vez de Brad Freeman, artista e cofundador do Journal of Artists’ Books, publicação dedicada à produção contemporânea de livros de artista, fazer uma palestra sobre essa temática. Nesse dia e após a conferência, será lançado o número de outono da revista, exclusivamente dedicado ao livro de artista em Portuga