O CANCRO DA CORRUPÇÃO
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«Um dos grandes pretextos para a campanha contra a banca nacionalizada é, sem dúvida, a corrupção instalada no sector. Os fumos de corrupção são de tal modo densos e insuportáveis que o candidato a deputado Mário Soares (ao que penso será o mesmo cidadão que desempenha, hoje, o cargo de Primeiro-Ministro) reconheceu publicamente, e durante a última campanha eleitoral, que "não se pode conseguir hoje um empréstimo ou um desconto de uma letra junto da banca nacionalizada se não se andar com comissões". Semelhante constatação dá particular autoridade moral ao movimento sindical unitário para vir a terreiro exigir "o esclarecimento oficial sobre todos os alegados actos de corrupção que envolvem gestores públicos e membros do próprio Governo" e, ainda, "um inquérito à gestão da banca nacionalizada para apuramento e punição dos responsáveis por eventuais actos ilícitos". Citam-se casos que são do domínio público passados no Banco Borges & Irmão, Banco Totta & Açores, Banco Fonsecas & Burnay, Banco Pinto & Sotto Mayor, mas outros se poderiam citar porque a lista está longe de ser exaustiva.»
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PEDRO MARTINS
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DIÁRIO DE LISBOA
(3 de Março de 1984)
