Vem de longe o gosto de Marcelo Sousa pelo enxovalho público de outras pessoas. Sem fazer um grande esforço de memória, lembro-me do célebre "Lelé da cuca" com que brindou o então primeiro-ministro, Francisco Balsemão, nas páginas do Expresso. Mais recentemente e em cerimónia pública, ameaçou a ministra da Coesão Territorial, recomendou cautela a uma senhora de muitos quilos, quando se sentasse numa cadeira, e aconselhou uma canadiana a tapar mais as maminhas para não se constipar. Finalmente (e até ver), humilhou, perante a comunicação social, o representante da Autoridade palestiniana com críticas que só deveriam ser feitas em privado.Embora não tendo votado Marcelo Sousa (já disse e não me canso de repetir que não votaria nele nem para presidente dos bombeiros de Colares ou de Almoçageme), não deixo de sentir aquilo que se designa por vergonha alheia.
Bem podia o Marcelete, quando lhe dá a veia das pilhérias, meter os dedos húmidos na tomada eléctrica, antes de abrir a boca. Dizem que acalma.
