domingo, 19 de dezembro de 2021

CRIME E RECOMPENSA

Crime sem castigo. Os 60 anos da morte de José Dias Coelho


A morte saiu à rua no dia 19 de dezembro, faz amanhã, domingo, 60 anos, e levou o magnífico escultor comunista. Três agentes da PIDE apanham José Dias Coelho, numa rua em Alcântara. António Domingues é quem o mata à queima-roupa. Os cravos de Abril de 1974 sentaram-no no banco dos réus. Mas a sentença foi curta.

O relógio rondava o ponteiro das seis e meia tarde, quando deixou a casa, na Rua de Pedrouços, em Belém. No bolso levava vinte mil escudos. O dinheiro, por razões de segurança, iria ser guardado na casa de um médico da inteira confiança do partido. José Dias Coelho, um artista magnífico, membro da Direção da Organização Regional de Lisboa do Partido Comunista português (PCP), e dirigente do Sector Intelectual, nunca mais regressaria do mundo dos vivos.

Sábado

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Cavaco Silva concedeu pensões por‘serviços excepcionais ou relevantes prestados ao país’  a dois inspectores da extinta PIDE/DGS, António Augusto Bernardo e Óscar Cardoso. Sublinhe-se que Cardoso foi “um dos pides que se entrincheiraram na sede da rua António Maria Cardoso e que fizeram fogo sobre uma pequena multidão, tendo causado os únicos quatro mortos da revolução”.