Ongoing: a denúncia do “ex-irmão de sangue” contra Vasconcellos
Esquemas com a mãe, documentos falsos, cadeiras e móveis desaparecidos. Rafael Mora acusa Nuno Vasconcellos, ao lado de quem liderou a falida Ongoing, de desviar ativos dos credores – e de até pôr um hacker a roubar software.
Nuno Vasconcellos e Rafael Mora já foram mais do que sócios e melhores amigos – quando a Ongoing estava ainda em ascensão era frequente tratarem-se em público “por irmãos de sangue”. O primeiro era o dono do negócio, o segundo era o administrador com mais poder. Zangaram-se em 2015 – um ano depois do colapso do BES e um ano antes da falência da Ongoing – e desde então têm travado uma batalha nos tribunais dos Estados Unidos e do Brasil à volta de alguns despojos. Em junho de 2018 essa batalha veio para Portugal, quando Mora e um sócio seu, André Parreira, entregaram no Ministério Público uma denúncia com 262 páginas sobre alegados esquemas de fuga aos credores por parte de Vasconcellos, um documento a que a SÁBADO teve acesso.
A denúncia – que deu origem a um inquérito do Ministério Público, confirma fonte oficial da Procuradoria-Geral da República – envolve Vasconcellos, a mãe, uma das filhas e até um hacker conhecido como Dr. Chaos. Rafael Mora não quis prestar declarações. Vasconcellos, que vive no Brasil, respondeu à SÁBADO através do que a sua assessoria em Portugal designou como os seus advogados no Brasil. A Ongoing deixou cerca de 1.200 milhões de euros em dívidas em Portugal.
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