terça-feira, 30 de março de 2021

FAROESTE

Juiz negacionista desafia diretor da PSP para combate de MMA

Rui Fonseca e Castro, o juiz suspenso de funções por causa das suas posições sobre a pandemia de covid 19, desafiou o diretor nacional da PSP para resolver as questões entre ambos "como homens", numa "luta de MMA"

Rui Fonseca e Castro lançou este domingo no Facebook um desafio inédito. Pela primeira vez, um magistrado (ainda que suspenso preventivamente) desafiou um oficial da polícia - neste caso o diretor nacional da PSP, Magina da Silva - para um confronto físico. Mais especificamente para uma "luta de MMA", um desporto de combate que mistura técnicas de várias modalidades, como boxe e luta livre, e já foi conhecido por "Vale Tudo".

O magistrado propõe a Magina da Silva, "um maroto" e "uma menina que foi a chorar fazer queixinhas ao CSM", resolver as questões que os separam "como homens", garantindo que se perder a luta desaparece do Facebook e deixa "de ajudar". Se ganhar, Magina da Silva terá de ir à "televisão" e admitir que é um "idiota, um fantoche, um pau mandado do Governo", que só é diretor da PSP porque é "maçon".

Tal como o Expresso noticiou, foi a PSP quem denunciou Fonseca e Castro ao Conselho Superior da Magistratura, porque o juiz, quando era advogado, disponibilizou na internet várias minutas sobre como reagir judicialmente em caso de multas por não usar máscara ou desobedecer às regras do confinamento. Fonseca e Castro é juiz mas durante dez anos dedicou-se à advocacia. Em março deste ano voltou aos tribunais, mas as minutas ainda estão disponíveis e foram até atualizadas com declarações de objeção de consciência para os policiais não autuarem pessoas que, por exemplo, estejam a comer na rua. A PSP monitoriza as publicações do agora juiz desde o verão do ano passado, o que Fonseca e Castro considera "ilegal".

O juiz é contra o confinamento e nega mesmo a existência de uma pandemia. Nunca respondeu às tentativas de contacto do Expresso mas tem reagido a todas as notícias no Facebook e acusa o Conselho Superior da Magistratura de "falta de legitimidade" e o vice-presidente deste organismo, José Lameira, e o instrutor do seu processo disciplinar, Vítor Ribeiro, de serem "maçons".

Magina da Silva não respondeu às tentativas de contacto do Expresso e fonte da direção Nacional da PSP diz não ter "qualquer comentário" a fazer.


Expresso