segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

UM GOVERNO ESPICLONDRÍFICO MAS SABEDOR

Mas afinal o que compraram os portugueses? Como se antecipava, papel higiénico, muito papel higiénico (DN 31.3.2020)

Sabe-se: dizer mal do governo é sempre uma tentação. Veja-se o banzé que por aí vai só porque estão encerradas umas lojecas que dão pelo espiclondrífico nome de livrarias. 

Ora, acontece que a medida decretada tem a suportá-la o mais recente e incontestável conhecimento científico: em tempos de merda, o povão precisa é de papel higiénico, porque defecar atrás das árvores e limpar o ânus com pedras são práticas que, tendo vigorado no país durante séculos - em bom rigor, desde o reinado de D. Afonso Henriques, passando pelos consulados dos senhores professores doutores Oliveira Salazar e Marcello Caetano, até à entrada de Portugal na CEE- passaram irremediavelmente de moda.

O que diriam esses contestatários profissionais se o governo tivesse proibido a venda de papel higiénico e nos obrigasse a íntimas limpezas com as páginas do Correio da Manhã ou dos livros do José Rodrigues dos Santos? 

Abaixo as livrarias! Viva o papel higiénico! Viva o governo!